segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Fim da Europa 2017

Depois do caos organizativo que foi no ano passado disse a mim mesmo que não voltava a fazer esta prova, só por embirração. Quando abriram as inscrições esqueci-me de tudo o que tinha dito. Entretanto os problemas físicos que tenho sentido recomendavam-me ficar quieto em casa. A juntar a isso, uma série de eventos e acontecimentos neste fim de semana (um concerto no sábado à noite, duas festas de aniversário, etc) faziam com que estes dias fossem passados literalmente a correr.

Confesso que desta vez estou sem grande inspiração para fazer um grande relato da prova. A logística desta vez correu bem, a ida foi combinada quase em cima do joelho mas resolveu-se sem problemas. à partida ficava a promessa de termos 16 graus e 0% de probabilidade de chuva à hora da prova, mas Sintra tem o seu próprio micro-clima e assim que vimos a serra lá ao fundo... não a víamos, tal era o nevoeiro à sua roda. À chegada ainda antes das 9:00 o tempo estava bastante agradável. Comentávamos a previsível menor participação de atletas este ano - o número de atletas a terminar a prova desceu de 2481 para 2098 - mas sentia-se o ambiente de prova pela vila.

Mantenho a ideia que a prova se divide em 3 fases: os primeiros 4kms quase sempre a subir; até aos 11km bastante corríveis onde dá para impor um ritmo agradável, excepto na rampa no quilómetro final; os últimos 6kms sempre a descer até ao Cabo da Roca.

Tinha visto o meu desempenho na edição do ano passado no Strava e fui sempre a controlar o andamento dentro do esperado. Comparando com o ano passado apenas piorei o tempo porque entre o km8 e o km9 tive que caminhar um pouco por ter sido nessa altura que comecei a sentir dores no tornozelo e na perna. Rapidamente passaram e no final o que me custou foi o último quilómetro porque depois de tanto descer sentir o pé completamente preso. Sobre este tema já falo em seguida. Foi também já perto do final da descida que deixei de ver o meu colega de equipa que acabou por terminar uns dois minutos antes de mim. Até essa fase íamos sempre muito próximos em constantes ultrapassagens um ao outro numa muito salutar entre-ajuda.

O ponto alto da prova (nem sequer estou a fazer trocadilhos com a altimetria) foi na mítica parede do km10. Nessa altura olhávamos lá para cima e não víamos o final da subida. Não pela distância ou pela inclinação - no fundo são "só" 300 metros com 15% - mas pelo nevoeiro denso e cerrado que tínhamos pela frente e que tão bem caracteriza Sintra. Se tudo o resto tivesse corrido muito mal, a prova tinha valido a pena só por aquele momento.

Sofri um bocado por causa da lesão, mas também me diverti imenso durante o percurso. Sinto que fui quase sempre na companhia das mesmas pessoas. As subidas custaram-me como seria de esperar, mas a distância não foi propriamente um problema. Como há coisas que nunca mudam apoiei sempre quem estava na beira da estrada ao longo do percurso, batendo palmas e puxando pelo público. E o retorno que recebia era sempre agradável. A juntar a isto, foi - como sempre - excelente ver e rever caras amigas antes e depois da prova. E fica a nota que demos uma grande alegria à Isabel Silva (que esta ano se ficou "apenas" pelo segundo lugar) por termos acedido a tirar uma selfie - e não só - com ela. Grande miúda, cheia de energia! Boa sorte para Sevilha!

Voltando aos meus problemas físicos: continua a mesma rotina. Quando repouso um ou dois dias fico bem, mas quando corro fico com dores no tornozelo, com algumas dificuldades em dobrar o pé, que acabam por se estender pela perna na zona da canela. Senti isso ali a meio, piorou na parte final da descida mas no autocarro de regresso a Sintra estava melhor. De tarde com gelo e repouso o desconforto acalmou. Veremos como estou amanhã de manhã.  No dia 18 fiz raio-x ao tornozelo e não foi detectado nenhum problema mas o que é certo é que o desconforto regressa sempre com a corrida. 3a feira tenho nova consulta, corro o risco de "levar nas orelhas", mas espero conseguir ficar com uma outra ideia sobre esta situação.

Já estou a imaginar cenários melodramáticos para me mentalizar. Se não for assim tão mau, melhor!

 Prova nº 53 - Corrida Fim da Europa - 17km - 01:40:09

8 comentários:

  1. Parabéns pela prova e pela marca!

    A tua divisão em 3 partes está perfeita.
    O ponto tramado da corrida é mesmo essa parede aos 10 :)

    Alturas há que também tenho essas dores e o que costumo fazer? Ora como o tornozelo é largo e não é fácil estar a colocar gelo em todos os pontos, encho um alguidar com água, deito uma série de cubos de gelo e mergulho lá o pé, deixando-o a congelar uns 15/20 minutos. Custa um pouco mas é muito eficaz, pelo menos comigo.

    Um abraço e boa recuperação

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    1. Isso soa-me a tratamento de crioterapia. Seria bem mais fácil fazer noutra estação do ano!
      Abraço!

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  2. Tenho saudades desta prova! Esses 6km finais dão uma adrenalina brutal. Pena calhar no fim de semana dos Abutres, houve um ano que foi no fim de semana antes e ainda deu pra ir aos dois. Bom, parabéns pela prova e põe-te fino!

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    1. Também gosto muito. A descida é de loucos, se ainda houver pernas para isso! Sei de quem tenha feito, no ano passado, os Abutres no sábado e o Fim da Europa no dia seguinte!

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  3. Tendo em conta as dificuldades físicas que tiveste, ainda fizeste um tempo final bem bom. Parabéns!
    Rápida recuperação!
    Beijinhos

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  4. Se te divertiste, já valeu a pena! :) Não é uma prova fácil, apesar de não ter chovido (ou quase) estava bastante fresco, e estavas lesionado... Acho que foi um grande tempo! Parabéns!

    Agora é tratares isso :)

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    1. Obrigado! Diverti, isso é sempre o essencial!
      Estou a tratar...

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