...o dia em que me questionei sobre a minha orientação sexual.
Fotos: Inês Barrau (Arte Sonora) |
Agora que fiz uma revelação bombástica e vos distraí com umas fotos, segue o texto e pode ser que já se tenham esquecido do que disse. E não, não é qualquer gajo de calções em tronco nú e com meias Adidas que me cai no goto. A tradição ainda é o que era e antes disso é preciso jantar e cinema. Flores não são obrigatórias. Ou então basta apresentar um concerto brutal e eu fico rendido!
Foi em Abril que surgiu este plano para Setembro. A vida tem destas coisas cíclicas muito curiosas...
Neste caso foi uma prenda de anos antecipada (é amanhã, by the way) e depois de um domingo passado a tentar combater uma febre que teimou em não desaparecer, ao ponto de ter ficado em casa na 2a feira, estava com algum receio de não estar em grandes condições. Lá me enchi de coragem para ir trabalhar, até porque tinha coisas para resolver antes de entrar de férias e depois rumei ao concerto, ainda com dores de cabeça já não tanto pela febre, mas sobretudo por ter passado o dia ao computador. Vá, agora é para curtir o concerto sossegadinho e sentado sem grandes maluqueiras. Só que não, passei-o sempre em pé e aos saltos.
Descobri entretanto que havia uma primeira parte a cargo dos The Vaccines. A banda inglesa é um dos nomes que fica sempre bem num palco secundário de um qualquer festival de Verão, mas confesso que na altura não me consegui lembrar de nenhum single, nem quando tocaram umas músicas mais antigas. Agora que escrevo este texto lá fui pesquisar melhor e já me vieram à cabeça dois singles do primeiro álbum. Entraram em palco ao som do Waterloo dos ABBA, estiveram bem e conseguiram dar uma boa injecção (ah, viram o trocadilho? Magnífico!) de energia ao público para aquecer os ânimos antes da banda principal.
Sempre que há uma primeira parte gosto da altura em que dizem algo como "Ah e tal, estamos contentes por estar aqui, obrigado pelo apoio, vamos tocar a última música, curtam o resto da noite porque sabemos que estão ansiosos por ver e ouvir o/os (inserir nome da banda principal)!" Fico sempre à espera de ver alguém ao meu lado a levantar-se e a dizer que não e a ir embora porque só tinha mesmo ido para ver a banda de abertura. Um dia faço eu isso, só para ver a reacção da malta ao meu lado e depois vou-me sentar noutro sítio.
Outra coisa que eu acho curiosa é que há imensa gente medricas nos concertos. Em todos! Estávamos todos à espera do início dos Imagine Dragons ao mesmo tempo que ouvíamos música clássica quando, de repente, se apagaram grande parte das luzes do recinto. O que se ouviu de seguida foi um coro brutal de gritos histéricos! Malta, para quê tanto pânico? Tudo com medo do escuro, a sério? Vá-se lá perceber...! Para lhes dar um conforto maior, a maioria dos presentes optou imediatamente por pegar nos telemóveis e levantá-los no ar para terem alguma luz. O dilema veio a seguir. Os últimos acordes do trecho clássico deram início a uma introdução a fazer lembrar Muse e, após nova escuridão e mais gritos de histeria medo rebentava o Radioactive. Podem ver parte disso aqui:
E agora? Já há luz, já podemos baixar os telemóveis, bater palmas ao som da música e curtir o som? Para muitos ainda ficava esse dilema. Eu, que estou aqui a ironizar com esse flagelo, também estou a ser completamente incoerente porque escrevo ao mesmo tempo que vejo registos do concerto de ontem no YouTube e nas redes sociais. E até já partilhei um neste tópico.
O que ficava bem agora era eu dar uma de super culto e dizer exactamente que trechos clássicos é que foram escutados no intervalo entre os The Vaccines e os Imagine Dragons. Não sei, nem encontro, mas o que é certo é que foi um toque interessante. A partir da primeira música foi um chorrilho de singles e êxitos que nunca deram descanso ao público presente, não sem antes o Dan Reynolds deixar uma mensagem importante: "Hoje deixem tudo lá fora: política, religião, stress, trabalho (...) aqui dentro só existe paz!"
Percebe-se a mensagem, mas o que é certo é que cada música também tem uma mensagem própria muito forte, muito pessoal e há ali letras ou momentos de músicas em que somos confrontados com questões do nosso foro íntimo.
Foi também em modo mais íntimo que tocaram três músicas em formato acústico num mini-palco no meio do recinto com o vocalista a interagir bem de perto com o público, tal como já tinha feito no palco principal. Não vou comentar cada música e cada bocadinho do concerto - deixo isso para as publicações da especialidade. No meio de todas, a que me toca é o Next to Me. (Incrível, ainda não há registos desta ontem no YouTube!)
"Oh, I always let you down
You're shattered on the ground
But still I find you there
Next to me
And oh, stupid things I do
I'm far from good, it's true
But still I find you
Next to me (next to me)"
You're shattered on the ground
But still I find you there
Next to me
And oh, stupid things I do
I'm far from good, it's true
But still I find you
Next to me (next to me)"
Sim, bota lamechas nisso, mas não faz mal que isto é post para mostrar todo um lado mais sensível e cenas. Só não vale a pena chorar. Para isso temos este pequeno apontamento no meio desta música.
Outra música chamada Demons é, curiosamente, uma das músicas emblemáticas da minha playlist de corrid. Adiante.
A festa prolongou-se por pouco mais de duas horas de concerto. Houve direito a canhões de confetis e a balões gigantes caídos do tecto da Altice Arena.
A malta queria mais, talvez por não ter percebido que as mudanças entre o palco principal e o mini-palco já eram os encores. Ter lido, de forma inadvertida, qual era a setlist também me ajudou a perceber que o final estava próximo. Preferia ter ficado na ignorância que eu gosto que o alinhamento seja surpresa. Neste caso, tem sido exactamente igual em todos os concertos da tour, portanto a todos os italianos, espanhóis ou alemães que me estejam a ler, ficam já a saber que os concertos desta semana vão ser iguais ao de Lisboa, está bem? Isso também significa que o Dan vai continuar a fazer os concertos sem ter o cuidado de vestir uma t-shirt a meio do espectáculo ou sempre que faz uma pausa fora do palco. O rapaz assim transpirado ainda apanha uma corrente de ar e fica constipado...
Fotos: Rita Carmo (Blitz) |
E agora, se não fosse a Meia Maratona das Lampas, o que eu ia fazer era ir ali ver se ainda havia bilhetes para o concerto de Madrid e qual a melhor forma de lá chegar para assistir ao concerto de sábado.
Só podes ir ver concertos a Madrid se for depois de uma Maratona, como eu fiz com os Arcade Fire :)
ResponderEliminarCredo! Já nem me lembrava desse teu "recovery"!
EliminarLamento, mas não gosto assim tanto de Arcade Fire... para além de que só posso fazer maratonas no segundo semestre do ano porque antes disso implicava treinar muito de inverno e o frio dá-me preguiça para sair de casa...
Eu é ao contrário... Prefiro no primeiro, porque não consigo treinar com calor :)
EliminarPois. É oficial, nunca faremos as mesmas Maratonas.
Eliminar