sexta-feira, 30 de junho de 2017

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Correr nas férias

A Corrida das Fogueiras costuma marcar o início das férias no que diz respeito a provas. Este ano até tinha a possibilidade de ainda fazer mais uma ou outra prova mas o mais provável é mesmo fechar a loja.

Estou quase a ir de férias durante duas semanas e isso causa sempre uma redução drástica dos treinos e dos quilómetros, mas tento lutar contra isso todos os anos. É que isto de estar de férias não significa automaticamente ter todo o tempo do mundo livre para correr, antes pelo contrário. Há uns anos a única solução eram umas corridas na praia às 7:00 da manhã (sim, já aconteceu!). Depois descobri que o sítio onde passava férias tinha um percurso circular de 8kms pela vila e foi lá que fiz... um treino nesse ano. Curiosamente fui com um colega de equipa que também estava a passar férias no mesmo sítio.

No ano passado as férias mudaram de sítio e embora tenha levado o equipamento nunca corri. E ganhei 4 quilos nesses dias. O que vale é que assim que voltei comecei o plano de treinos para aquela-prova-cujo-nome-não-se-pode-dizer e rapidamente tudo voltou ao normal. Prometi a mim mesmo que em 2017 não iria ser igual.

Ontem à noite lembrei-me de pesquisar, mas antes disso fui espreitar a rede social e lá fiquei distraído até que... "Olá, o que é isto??"
Um elemento de um dos grupos de corrida onde estou partilhou um treino feito em período de férias exactamente no sítio para onde vou e recomendou o grupo lá existente a quem for de férias para aquela zona. Minutos depois já estava no grupo e já tinha recebido links de outros dois grupos, um dos quais de trail. Ficava no ar a promessa de que mais gente da zona de Lisboa iria correr com eles durante o Verão. Perfeito, pelo menos naquela semana já tenho um treino programado! Agora é só uma questão de gerir aquele dia específico à volta da hora do treino. Fica só a faltar um plano para a segunda semana, que será noutra zona do país, para poder levar a nossa camisola a outras paragens.

Depois disto, tal como no ano passado, começam os treinos específicos para a única prova em que estou oficialmente inscrito até ao final do ano. Faltam 128 dias!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

#ninguemficaparatras

"Até que chegou o momento esperado a cerca de 1,8kms da meta. E esses quilómetros - aqui abreviados em poucas linhas, mas que dão para encher um post inteiro - foram dos mais marcantes de sempre e nunca os esquecerei. A certa altura ouço alguém no passeio a gritar: "Assim é que é, um colega de equipa nunca fica para trás!" E isso resume tudo."

A minha sorte e' que hoje estou numa sala de reunioes fechado e sozinho a fazer trabalho administrativo longe da minha secretaria. Assim pude soltar umas lagrimitas sem ninguem reparar.

Fogueiras, Futebol e... Família!



Como sempre inscrevi-me para as Fogueiras na madrugada em que as inscrições abriram. Uns 10 minutos depois da meia-noite já tinha o dorsal pago e ainda consegui baixar um número em relação ao ano anterior. No entanto, a verdadeira prova começou no dia 21 de Março.
A pergunta era: "Consigo fazer os 15 das Fogueiras?"
A resposta antes disto foi: "Sim! E nós vamos buscar-te quando acabarmos."


Continuando...
Qualquer desculpa é boa para ir passar um fim de semana a Peniche. Se for para correr, melhor ainda. Se for para fazer a Corrida das Fogueiras é perfeito. A primeira vez que ouvi falar desta prova foi no regresso a casa depois desta Meia Maratona da Ponte 25 de Abril. Estava obviamente abatido e vinha com um grupo de companheiros de estrada aqui da zona. Alguém comentou que as inscrições iam abrir em breve e foi a loucura. Disseram-me que se eu não conhecia tinha que passar a conhecer e por mais que tentassem explicar as razões acabaram por dizer que só mesmo indo é que se percebia. E eu fui. E agora é prova que eu quero fazer sempre!

Já aqui vos tinha dito quais os meus planos para esta prova e por mais que eu tivesse um colega - o mesmo que me desafiou aqui - a dizer-me que este ano não me apanhava porque eu estava muito forte, eu sabia que não era bem assim. Ele ia com planos de fazer menos de 1:15 e acabou a fazer 1:12. Ele sim está muito forte e fico bastante feliz pela evolução que está a ter!

Ao chegar a Peniche no sábado à hora de almoço o tempo estava fresquinho (frio, mesmo!) e até houve uns chuviscos pelo caminho. Bom para correr, desde que o vento não fosse dar um ar da sua graça. E levar um casaco? Nada. Nem aquela sweatshirt nova e giraça do grupo. Tótó, até parece que não sabes como é Peniche! Para minha surpresa e alegria a malta da equipa que lá foi ter chegou a meio da tarde em vez de mais próximo da hora da prova e isso fez com que fosse uma tarde ainda mais animada com o pessoal. Não deu para descansar uma horinha no quarto como estava previsto, mas não fez mal! Já agora, durante a tarde às voltas em Peniche devo ter feito a Avenida do Mar umas 5 vezes para cada lado e já ia com 8kms feitos. Belo aquecimento! Nessas voltas cruzei-me com caras conhecidas: o João Lima, a Isa e o Vítor, o Carlos, entre outros. E muitas outras caras ficaram por ver, tal era a multidão de atletas presente.

Conversa, fotos, preparativos finais, mais conversa, planear como fazer com as sardinhas, um stress de última hora, beijinhos e abraços (e um grande abraço de força!) e num instante a malta foi para os blocos de partida das Fogueiras e das Fogueirinhas. Era o único a estar na Onda Amarela e fiquei sozinho no bloco de partida. E sabia que desta vez não ia defender a média do comprovativo de tempo que tinha enviado: 1:15 era fantástico, 1:18 era o esperado, melhorar o tempo de 2016 era obrigatório.


Em cima temos a comparação entre 2017 e 2016. Lembrava-me que em 2016 tinha feito uns 5kms iniciais muito rápidos e que depois comecei a sentir o peso disso à passagem dos 10kms tendo rebentado por completo na subida do Hospital aos 13km. Este ano, à excepção do km12, fui sempre mais rápido que no ano passado. Voltei a fazer um primeiro terço da prova em excelente ritmo, aguentei-me bem na subida até ao Farol e quebrei... a seguir ao quilómetro 13 mas muito menos que no ano passado. Como a história se repete, foi um pouco antes desta zona que o João Lima passou por mim, exactamente no mesmo sítio do ano passado! Curiosamente quando nos vimos durante a tarde ele falava-me da minha cara de espanto em 2016 quando o vi a voar ao meu lado. Este ano não fiquei admirado. Os meus dois últimos quilómetros voltaram a ser os piores da prova mas não tão maus como em 2016 onde tive um final de prova mesmo complicado. Quando já estava a entrar no último quilómetro vejo a minha amiga Inês à beira da estrada a apoiar e aquele high-5 e a rápida troca de palavras de incentivo deram-me alento para me aguentar até ao fim. Mesmo com o apoio de tantos desconhecidos, sabe sempre bem ver um sorriso amigo e um apoio mais personalizado.

Durante o percurso tivemos tudo aquilo a que temos direito em Peniche: o público na rua a puxar por toda a gente! (Felizmente Portugal jogou a meio da tarde e não à hora da corrida como em 2016) Obviamente a apoiarem ainda com mais fervor os atletas locais, mas sempre com palavras de ânimo e palmas para os quase 3000 que completaram as Fogueiras, sem contar com os atletas das Fogueirinhas para os quais penso não haver número oficial. Já agora, a malta das Fogueirinhas também merecia um dorsal, não?

E quando o público por alguma razão não estava a apoiar, o que é que acontecia? Gritava eu para os apoiar a eles! "Bora lá Peniche" foi uma frase que ainda repeti algumas vezes e era sempre seguida de uma reacção sonora por parte de quem assistia. Senti-me imensamente bem nesta sintonia com o público. Também cheguei a gritar que não estava a ouvir nada quando o público estava ligeiramente mais calmo e aposto que alguém terá dito - ou só pensado - que isso era porque eu ia com os phones nos ouvidos.

Voltando à zona do Cabo Carvoeiro, ia a sentir-me tão bem que só aos 9kms é que me lembrei que ainda não tinha tomado o gel que estava previsto para tomar entre os 7.5 e os 8kms. Aquilo que notei - confirmado por quem também já fez a prova mais vezes - foi que este ano havia muito menos fogueiras acesas, previsivelmente fruto dos acontecimentos recentes. Como a lua também estava encoberta foi um misto de loucura e beleza extra fazer aquela zona quase às escuras! Recordo-me de vez num ano a organização lançar o desafio dos atletas levarem frontais para melhor iluminar o percurso naquela zona e ter havido uma recusa geral por parte dos participantes porque a prova chama-se Corrida das Fogueiras e não Corrida dos Frontais!

Ao ver a Avenida do Mar ali outra vez já só queria terminar bem. Devo ter olhado para o relógio umas três vezes durante o percurso todo. Uma delas foi à passagem aos 10kms para comparar o tempo com o do cronómetro oficial da prova (ia ligeiramente abaixo dos 51 minutos) e outra lembro-me ter sido à entrada para o último km e ter visto que estava com 1:13 e alguns segundos. Estava na mira para acabar com 1:18 e assim foi, embora já a cheirar o minuto 19.

Depois da meta não tinha tempo a perder, era voltar atrás para cumprir a promessa feita três meses antes. Foi difícil sair daquela zona e atravessar a Avenida do Mar - por esta altura já devia ir na décima volta à avenida - mas depois de passar essa parte ficou mais fácil e fui fazendo o percurso em sentido contrário. Comecei a ver novamente caras conhecidas, colegas de equipa com boa cara a caminho do final, cruzei-me com a Agridoce (juro-te que aos 5kms passou por mim a tua irmã gémea e fui a persegui-te - quer dizer, a persegui-la - durante vários quilómetros sem nunca a conseguir apanhar! Só percebi que não eras mesmo tu quando te vi!), fui apoiando alguns Vicentes e trocando palavras com outros atletas que me juravam que "lá atrás também disseram que já faltava pouco!".

Até que chegou o momento esperado a cerca de 1,8kms da meta. E esses quilómetros - aqui abreviados em poucas linhas, mas que dão para encher um post inteiro - foram dos mais marcantes de sempre e nunca os esquecerei. A certa altura ouço alguém no passeio a gritar: "Assim é que é, um colega de equipa nunca fica para trás!" E isso resume tudo.

Depois da prova veio a bela da sardinhada. O ponto alto do convívio, a troca de risos, gargalhadas, abraços. Muitos brindes, muitos drones, muita loucura saudável daquela que nos faz esquecer todos os sacrifícios e todas as dores enquanto estamos a correr! Tenho tanto orgulho em pertencer a esta família. E isso não cabe em nenhum post!

De regresso ao quarto do hotel só adormeci bem depois das 3 e tal da manhã. Ainda tinha a adrenalina a correr-me nas veias, ainda estava eufórico e estava estupidamente sem sono mas acabei por conseguir descansar umas horas. Na manhã seguinte, antes do regresso a casa ainda houve tempo para um pequeno passeio até ao Cabo Carvoeiro, para relembrar memórias de outros tempos e para fazer parte do caminho da prova de carro e à luz do dia. E arrepiar-me em algumas zonas ao recordar as emoções da noite anterior.

Subida? Qual subida?

As Berlengas lá ao fundo

Adoro este azul do mar!


Trouxe Amigos de Peniche, mas ficaram lá imensos pela estrada fora e nos passeios!

Até ir de férias não tenho mais provas confirmadas. Não posso ir à Meia Maratona de Almada no dia 1 nem à prova do troféu das localidades dia 2, mas ainda tenho duas possibilidades para dia 8 de Julho. A ver vamos se alguma se concretiza.

Depois do Verão começam os treinos longos e algumas Meias Maratonas como preparação para a Maratona do Porto.

Aparentemente em 2016 faltava-me um F.

Prova nº 66 - Corrida das Fogueiras 2017 - 15km - 01:18:56

O meu histórico nesta prova:

domingo, 25 de junho de 2017

Go Grip Dorsal

Como ainda estou com dificuldades em escrever de forma fluída tudo o que aconteceu na noite de ontem em Peniche sem me deixar levar pela emoção, começo por relatar desde já a experiência de usar os Go Grip Dorsal.

Recentemente foi-me gentilmente oferecida uma amostra do produto para experimentar. Infelizmente demorei a conseguir usar em prova, mas já antes tinha testado num pequeno treino. Mantenho-me o mais fiel possível à regra de não estrear nada em prova.

Quando os recebi reparei que se tratava do mesmo sistema de fixação de dorsal que tínhamos recebido na Scalabis Night Race mas que na altura nem toda a gente percebeu bem como utilizar e a opção acabou por recair nos habituais alfinetes de dama ou porta-dorsais para quem os tem. Felizmente que a amostra vinha com instruções que facilitam imenso na primeira utilização e a partir de agora já sei como usar de futuro.

Como sabia que só iria ter o dorsal no dia da prova e sabendo que o ideal é fazer quatro pequenos furos nos cantos para ajudar a fixar, fiz questão de levar um furador juntamente com o equipamento. Sim, a sério. Acabei por usar o dorsal dentro da bolsa de plástico onde vinha (faço sempre isso quando os dorsais estão assim protegidos) e os furos foram feitos meio com o furador, meio com a chave do carro. Tive também alguma dificuldade em colocar o dorsal, mas isso deve-se mais à minha falta de jeito generalizada do que por problema dos fixadores. Quando uso alfinetes de dama também estou ali às voltas para picar no sítio certo.

O que é certo é que o dorsal ficou preso de forma fantástica. Quando tinha os quatro fixadores colocados tive só que ajustar o sítio do primeiro para o dorsal ficar bem esticado e a partir daí ele nem se mexeu.

Para primeira experiência e logo em 15km portaram-se muito bem! Achei-os práticos, simples de usar após se perceber como funcionam, bastante leves e de fixação forte. Alturas há em que com alfinetes de dama o dorsal anda a dançar de um lado para o outro e ontem não foi o caso. Depois dos ditos alfinetes e dos fixadores magnéticos, foi a terceira forma de prender dorsais que já testei e fiquei fã. Resta-me fazer os possíveis para não perder nenhum, como já aconteceu com os magnéticos onde já perdi um o que apenas me possibilita prender o dorsal em 3 pontos.

Para ser totalmente imparcial nesta avaliação, o único ponto negativo que encontro é a eventualidade de um atleta só receber o dorsal próximo da hora da prova e não ter a possibilidade de o furar em tempo útil. De resto, estando tudo pronto de véspera - como até é o caso da maioria das provas - parece-me uma opção muito forte a ter em conta!


Vou continuar a usar nas próximas provas e a recomendar ao pessoal que conheço.

Infelizmente não tenho fotos do dorsal colocado, mas vou tentar encontrar para complementar este feedback.

O meu muito obrigado à Covasbrinde, a empresa que comercializa os Go Grip Dorsal.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Breves

Tinha várias coisas para escrever, mas como não me apetece fazer vários posts diferentes vai tudo num só.

a) "Oh homem, tu qualquer dia desapareces!" - disse-me hoje uma colega minha quando se cruzou comigo nos corredores do escritório. Achei que era só conversa de circunstância, mas em casa por descargo de consciência decidi pesar-me. 70,9kg! O meu peso andou a estabilizar na casa dos 73kg e nos últimos tempos já me tinha sentido menos volumoso mas não liguei. Afinal...
Resultado: depois do treino de hoje, depois do banho e tal... comi um gelado que estava ali a sorrir para mim no congelador.

b) E ter comido um gelado foi um mal menor. Normalmente antes de uma prova de maior importância tento conter-me mais na alimentação e ser mais certinho. Beber mais água, não tocar em doces, refrigerantes e bebidas alcóolicas...
Resultado: estou ansioso por cortar a meta nas Fogueiras... É que ando a dar uma de grávida e ando com desejos de pegar numa garrada de Lambrusco bem fresquinha e bebê-la de penalty... Juro! Para além disso, estão a decorrer as festas da cidade que são mesmo à minha porta e hoje ao chegar a casa o que mais via era malta de copo de cerveja na mão. Ai...! E vou beber águinha para acompanhar o belo peixinho grelhado que vou almoçar no sábado em Peniche? (No ano passado foi um belo jarro de sangria!)

c) Há erros com os quais devemos aprender. No ano passado, também por causa das festas da cidade, o treino, que na altura era às 6as feiras, foi de 12km com duas passagens por um dos "prémios de montanha" aqui da zona. E acabámos a comer bifanas e a beber imperiais até tarde na véspera da prova. Hoje o treino foi... uma Maratona... de Roma. E vim directamente para casa! E tenho 48 horas para recuperar.
Resultado:

d) Só para relacionar com o tópico inicial: estou péssimo na foto de grupo do treino. Hoje levei a primeira t-shirt que apanhei do sítio onde guardo as camisolas técnicas e apesar de ser das mais antigas que tenho confirmei que era um M.
Resultado: parece que tenho uma túnica. Uma camisa de noite. Um vestido.
É à pala disto que já há muito tempo que só peço S nas provas - e mesmo assim há cá com cada S gigante... Enfim.

e) Para terminar e por falar em fotos. Há uma página de Facebook que continua a publicar álbuns de fotos da Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Já vão em mais de 50 álbuns carregados de fotos e fotos e fotos. Encontrei hoje - FINALMENTE - as minhas fotos da chegada à meta. Ok, o álbum em que apareço já foi publicado no dia 10 de Junho, eu é que já tinha ficado sem paciência para pesquisar. Quase que chorei de alegria, acho que captei a atenção do fotógrafo porque tenho uma sequência de 6 ou 7 fotos em que ele apanhou na perfeição tudo o que estava a sentir! Eu já reparei que fico naturalmente mal nas fotos a correr. A não ser que faça mesmo um sorriso para a objectiva, pareço estar em esforço e com cara de poucos amigos, mas mostrem-me uma meta e eu transformo-me na pessoa mais feliz do mundo. E no Douro Vinhateiro era isso que estava a sentir.
Resultado: capítulo fechado. Excepto aquela coisa da medalha. É que no meio disto tudo nunca te mostrei a medalha deste ano, pá!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Pré-Peniche

Se são necessários testemunhos que confirmem que a corrida é uma droga saudável e um medicamento natural para curar certos tipos de maleitas, ontem foi um exemplo paradigmático disso.

Percebi desde cedo que não ia conseguir chegar a horas do treino da equipa e só isso já me estava a deixar a bater mal, tendo em conta que tenho estado numa fase em que tudo o que me aparece pela frente ao final do dia calha nos dias habituais de treino. Só para terem uma ideia, em Junho só na 5a feira passada é que compareci num treino de equipa. Coisas da vida...

No meio da azáfama entrei naquela luta tremenda entre "vou treinar mais tarde vs vou mas é treinar amanhã" até perceber que estava a ficar com um mau humor do caraças e a reclamar com tudo e todos. Como eu costumo dizer, estava a reclamar por duas razões: por tudo e por nada.

Comi qualquer coisa à pressa, preparei uma garrafa do isotónico que ainda tenho (é raro sair de casa com garrafa na mão, mas teve que ser) e equipei-me. Acabei por descobrir pelo Strava que, mesmo atrasado, comecei o treino uns 5 minutos depois do grupo. Pensei num percurso à pressão - sempre na esperança de talvez encontrar o pessoal pelo caminho - e achei boa ideia fazer uma coisa que fosse um pouco mais puxada com umas subidas pelo meio. E a certa altura percebi que estava a fazer a nossa Fera* sozinho pela primeira vez.

* a Fera é uma rampa de 150/200 metros com inclinação média de 11% e que vai aumentando progressivamente de inclinação, sendo que nos metros finais chega aos 20%. Pior do que correr ali só mesmo estacionar o carro.

Como é possível nunca ter passado ali sozinho? Percebi na parte final quando fiquei sem pernas e me faltou companhia. Entretanto estava noutra luta porque queria correr e a cabeça nem sempre reagia, mas aos poucos a coisa lá foi ao sítio. Acabei por ficar com pena de não ter feito mais um pouco até chegar aos 10km e quando terminei estava mais tranquilo, relaxado e muito mais feliz. Não me cruzei com ninguém, paciência.


Entretanto nos últimos tempos tenho sentido algumas dores nos gémeos. Parecem presos, não sei bem explicar. Consultei o famoso Dr. Google que me disse que uma das razões poderá ser falta de hidratação e até faz sentido porque quando estou no trabalho esqueço-me de beber água durante o dia. Espero que seja só isso, será fácil de resolver.

Peniche está aí à porta e aproveito já para dizer que só uma noite de sonho me fará bater o meu record dos 15km (1:15) e quase que coloco isso de parte. O que pretendo é fazer melhor que no ano passado (1:22) e possívelmente algo semelhante ao que fiz nos Sinos este ano (1:18). Seja como for, tenho bons motivos para acabar o mais depressa que conseguir. Está relacionado com as "sardinhas".
Veremos como corre.

Beijos e abraços e bons treinos!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Pequenino...

Domingo...

Acordar com a notícia que o Louzan Trail tinha sido cancelado. Relacionar isso com a notícia que tinha ouvido por alto na noite anterior sobre um incêndio sem lhe prestar a devida atenção. Lembrar-me que o meu comentário foi "oh, agora começa a altura deles..."

Sosseguei quando soube que estava tudo ok com quem eu conhecia, mas ouvir as notícias durante o resto do dia foi uma angústia tremenda, mesmo sem ter - ao contrário de tantos outros à minha volta - família a viver naquelas zonas afectadas. Pouco há a dizer sobre tragédias tão grandes. Não imagino o que é passar por algo do género e custa-me tirar da cabeça o horror que terá sido para aquelas pessoas que perderam a vida na EN236-1.

Lembrei-me também de na noite anterior olhar pela janela a estar a trovejar lá ao fundo.

Lembrei-me de há uns anos atrás andar semi-perdido ao regressar a Dornes vindo do centro geodésico de Portugal em Vila de Rei, numa estrada municipal algures no meio do mato, porque tinha memorizado aquele caminho alternativo que o gps tinha indicado mas que era tão alternativo que quando lá estava fiquei sem rede e tive que fazer o percurso de cabeça esperando não me enganar.

Passei o dia de ontem a sentir-me pequenino perante as notícias e as imagens que passavam na televisão. Muito pequenino mesmo.

Voltemos ao Louzan Trail, porque no meio do infortúnio há que destacar as acções positivas de quem ajudou como possível. A organização decidiu, após cancelar a prova por motivos de segurança, doar todos os abastecimentos previstos para a prova aos Bombeiros. E durante o dia vários foram os atletas que publicamente cederam o valor da inscrição na prova como donativo para ajudar no que fosse necessário. Pequenos gestos que dão esperança...

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Challenge 3000

Depois de estar marcada para Maio e posteriormente adiada para o início de Junho, decorreu finalmente hoje o Challenge 3000. Estava muito curioso em fazer finalmente uma prova em pista e como já tinha estado exactamente neste local a fazer reportagem fotográfica numa das provas do Circuito dos Parques mais interessado fiquei em pisar aquele palco sem ser "à civil".

Depois da prova de estafetas - que foi curiosamente o que me levou à Corrida dos Parques - este era um dos outros objectivos que tinha para cumprir.

Apesar de trabalhar em Lisboa e de ser dia de Santo António... estive a trabalhar durante o dia, portanto tive que preparar a trouxa de véspera para levar e mudar de roupa entretanto. Rapidamente levantei o dorsal e fui vendo o ambiente. Voltei ao carro e equipei-me. Cheguei cerca de uma hora antes da minha prova - havia desafios de tempo diferentes para os atletas inscritos o que fazia com que a prova se dividisse por várias séries. Entretanto dado o número de atletas que efectivamente apareceram foi decidido pela organização juntar quem se inscreveu para o Desafio 18 com os atletas do Desafio 15 - a minha série.

Para explicar, estes desafios significam exactamente o tempo abaixo do qual nos propomos a terminar os 3kms. Também havia duas séries de Desafio 12, uma série só feminina com vários tempos e pelo que percebi séries de equipas, mas já não fiquei a assistir a todas para perceber como iriam funcionar.

Antes da nossa prova estavam a decorrer provas - julgo que oficiais - de 400 metros barreiras e salto com vara e havia atletas por todo o lado, o que era bom para ir entrando no ambiente. Próximo da hora da partida foi sugerido que fossemos preparando um aquecimento e lá fiz uma corridinha e uns alongamentos. Em boa hora, porque deu para me habituar um pouco ao piso da pista.

Ora, numa prova de 3kms é complicado fazer um relato muito longo. A própria prova pareceu passar num instante, como era de esperar! Como eu todas, defini objectivos de tempo: fazer menos de 14 minutos era quase obrigatório. Dependendo de como me fosse sentir, fazer entre 13:30 e 13:40 era ouro sobre azul e a prova começou bem lançada para isso. Assim que partimos fui atrás dos mais rápidos para ver até onde conseguia esticar a corda. Percebi que era ambição a mais e moderei o ritmo para algo mais próximo do que eu faço. Quilómetro inicial: 4:22!

Deixando a malta da frente ir embora ficou mais fácil. Eles iam mostrando qual era o percurso e eu fiquei mais para trás com outros dois atletas à frente a tentar seguir o ritmo deles e a gerir o meu. Segundo quilómetro a 4:39, bem mais lento mas bem mais realista. Eu queria mesmo era fazer isto tudo a 4:30/km e nesta altura estava com esse média que dava para os tais 13:30. Era só não perder muito no último para não ficar longe desse tempo.

Não consegui, fiz o último quilómetro a 4:46, mas longe de mim estar arreliado com isso. Cumpri o desafio - que era fazer em 15 minutos - e cumpri o meu primeiro objectivo, menos de 14. Como era de esperar gostei de correr na pista. Foram 7 voltas e meia e adorei a sensação de passar pela meta e ver reduzir o indicador no número de voltas que faltavam para acabar. Tentei contá-las mentalmente mas perdi-me logo, portanto o relógio e aquele marcador manual eram essenciais. No final da prova comentei com um companheiro que conheço de outras andanças que às vezes se torna repetitivo andas às voltas à pista, achei que essa sensação seria mais fácil de ultrapassar. Certamente falta de experiência nesse capítulo. Temos uma "pista improvisada" num quarteirão aqui na zona onde fazemos séries mas não se sente essa questão. É uma questão de hábito.

E o calor? Era muito, mas não me afectou. Continuo a ter boa resistência ao calor e a não me deixar abalar com temperaturas mais elevadas. Custou-me mais a garrafa de água no final estar a quente e nada refrescar a boca e a garganta. No final, foi muito agradável fazer a prova e já estou de olho em outras do género. Falei com a organização que confirmou que estão a planear novo Challenge para breve. Estarei atento.

Ia-me logo embora depois de acabar, mas percebi que tinha tempo livre e já que não ia ao treino da equipa e estava num local tão bom decidi fazer mais uns quilómetros pelas pistas de fora para não prejudicar as séries seguintes. Não fiz muito mas foram mais quase 3km em 15 minutos. Eu disse que era só para descomprimir as pernas... só que não foi.

Do que é que eu me queixei mesmo durante a prova? De dores nos braços e na zona lombar.
Dica: mesmo que seja só uma coisinha de 3kms, nunca façam percursos de arvorismo (ou arborismo?) e escalada dois dias antes de uma prova!!!





Prova nº 65 - Challenge 3000 - Pista de Atletismo Municipal Prof. Moniz Pereira - 3km - 00:13:52

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Resumo da matéria dada

Faz hoje 5 anos desde que fiz a minha primeira prova: a Corrida de Santo António em 2012. Conclui os 10km com 1:13:46 e até me lembro de ter parado aos 5km para fotografar a placa e enviar para o grupo de colegas de trabalho que iam mais atrás porque estavam a fazer a prova a caminhar. Quantos treinos tinha feito? Zero! Nem sequer conhecia o mundo das aplicações para registar a actividade física. Fazia muitas caminhadas mas na altura não corria e só fiz a prova porque fui desafiado a participar pelo grupo de caminhada e corrida da empresa. E não me arrependo.

Demorei mais de um ano para voltar a fazer uma prova e fui sempre na desportiva. Sempre a piorar os tempos mas provas planas de 10kms, mas sempre a divertir-me. E até meados de 2014 a coisa foi assim andando. Não, não foi correndo, foi mesmo andando. Até que se deu um click: o primeiro treino do grupo (23/05/2014), o iniciar dos treinos regulares, o convívio, conhecer outros "malucos", perceber que isto era um mundo muito maior do que eu imaginava, a amiga do meu mentor que me chamava sempre de Lanterna Vermelha, os 25 quilos que perdi ao longo de todo este processo desde que apanhei um pequeno susto. Até ao fim de 2014 já tinha feito um tempo muito próximo dos 60 minutos aos 10km, fiz a primeira Meia Maratona porque me mentalizaram que eu conseguia e no primeiro trimestre de 2015 já tinha baixado da marca mítica dos tais 60 minutos. Continuava a divertir-me e a motivar-me pela evolução, pelas palavras de apoio, pela surpresa na cara das pessoas que me viam de tempos a tempos. Serei sempre o Lanterna Vermelha porque agora não quero largar a alcunha que me fará sempre lembrar de como comecei.

5 anos depois já tenho 64 provas feitas, divididas desta forma:


Há planos que têm que ser feitos consoante o calendário de corridas, há provas fetiche, há muitas provas ainda para realizar (dentro e fora do país), há os trails que estão em pausa (permanente, digo eu, porque sempre que fazemos um treino que mete trilhos eu dou saltos de alegria no momento em que voltamos à estrada). E há as amizades que ganhei, as pessoas que conheci, as pessoas que nunca irei esquecer. E o bom é que sei que pelo caminho ainda há muito mais caras novas e sorrisos que irei encontrar por esse alcatrão fora. Vá, pelos trilhos provavelmente também.

Dizia-me há dias uma colega num treino - ao conversarmos sobre coincidências de encontros com amizades comuns em provas - que quando começou a correr lhe disseram que as pessoas se conheciam facilmente na corrida. Acrescenta ela que as pessoas se revelam na corrida através das atitudes que demonstram perante os outros. Eu não podia estar mais de acordo.

Bom, considerações à parte, isto é suposto ser um resumo e eu já vou quase com 500 palavras de texto. (Sim, fiz copy/paste no Word para contar.)
Como seria impossível resumir tudo o que bom me aconteceu em termos pessoais - tanto de amizade como de saúde - deixo os meus records actuais. O dos 10kms é o que mais vezes foi melhorado. Chegou a cair em provas consecutivas durante todo o ano de 2016. Os mais saborosos são os das provas mais longas. Não guardo



 Não guardo registo "oficial" do meu km mais rápido, mas terá sido o primeiro na prova de estafetas da Associação Vale Grande (3:54/km). E dentro de dias farei a minha primeira prova de 3km, portanto vou adicionar mais uma linha a este quadro.

E o futuro? Eu costumo dizer que as provas se fazem um quilómetro de cada vez ou então "de abastecimento em abastecimento". A segunda metade do ano tem novamente na agenda algumas meias maratonas, mas que servirão sobretudo como preparação para o regresso à Maratona do Porto. O importante é não voltar a ter problemas físicos e continuar a divertir-me, entre amigos.

Que venham mais 5 anos, um quilómetro de cada vez!

terça-feira, 6 de junho de 2017

Estão a ver os meus relatos das provas?

Hoje fiz um igualmente minucioso no auto policial que tive que preencher e outro ainda mais detalhado na declaração (nada) amigável para apresentar à seguradora.

Também fiz outra descrição perfeita do sucedido mas... deixem estar, era capaz de ter uma ou duas ou vinte asneiras...

(Só chapa, tudo ok. E sim, o outro foi o culpado mas vai tentar safar-se mentindo descaradamente...)

domingo, 4 de junho de 2017

Cheira bem, cheira a Lisboa!

Em primeiro lugar, o meu agradecimento à Europcar que me permitiu fazer esta prova por causa do passatempo que ganhei. Agora vamos falar a sério: podem parar de apanhar o elevador para subir para o segundo andar lá no edifício onde trabalhamos? Pior, podem parar de o fazer quando querem descer? É só um andar, caramba! (Curiosamente eu - que trabalho uns quantos andares acima - ia sempre pelas escadas quando só andava nas caminhadas e não corria.)

Para quem não sabe - vão lá ler o primeiro post do blog, vá... ou esperem pelo texto que já está escrito e programado para ser publicado na 4a feira - a Corrida de Santo António foi a primeira prova que fiz. A partir daí esta tornou-se numa prova com um grande simbolismo, mas nunca a fiz quando passou a ser parte integrante do já extinto BES Run Challenge. Anos mais tarde vim a descobrir que o meu mentor também lá esteve, não terminou a prova por problemas de saúde e a partir daí ganhou-lhe uma raiva que nunca lá meteu os pés. Daí que lhe tenha dedicado - de forma privada que ele não gosta deste tipo de agradecimentos públicos - o meu tempo na prova do ano passado, a primeira vez que baixei dos 50 minutos aos 10km. Não meto aqui o link desse post porque contém uma asneira e apesar do adiantado da hora vamos manter alguma integridade.

Tinha esta prova no calendário porque é daquelas que transita sempre de um ano para o outro, mas já a tinha marcado a vermelho para não ir. Hoje também foi dia de milha no Troféu das Localidades que se disputou no estádio do "meu" Real de Massamá e estava fisgado a ir a essa prova. A vida trocou-me as voltas e acabei aqui, depois de um dia a passear por Lisboa. Isso levou logo a um dilema: deixar o carro onde estava e ir de metro ou levar o carro até mais próximo da zona da prova? 

Optei pela segunda opção e até estacionei junto ao edifício onde estavam antigamente sediados os escritórios da minha empresa. Estacionei com relativa facilidade e mude de roupa dentro do carro. Pois claro, não ande a passear equipado durante o dia! Foi só quando saí que percebi que tinha o carro em frente a um hotel - que não existia ali "no meu tempo" e que é quase paredes meias com outro hotel bem antigo e conceituado. E no sítio onde tinha o carro estava um sinal de estacionamento proibido, excepto para serviço do hotel. Saí, dei uma volta ao quarteirão na esperança de encontrar uma panóplia de lugares livres que me permitissem mudar o carro. Não encontrei e quando voltei vi outro carro estacionar ao lado, também com malta a preparar-se para a prova. Que se lixe, se fosse multado não era o único. Não que isso me tenha deixado mais tranquilo, mas já sabemos como funciona a mente humana nestas coisas.

Fui o único elemento da equipa a fazer a prova, embora soubesse que iria encontrar bastantes amigos sendo que alguns até treinam connosco com frequência. Confesso que estava chateado. Não por ser o único, isso já aconteceu antes comigo e com outros colegas e há-de voltar a acontecer e onde estiver o nosso símbolo numa camisola estamos todos representados, mas não houve aquele ritual de encontro, deslocação e convívio pré-prova que ajuda a entrar no espírito. Nessa onda, até me consegui picar num dedo com um alfinete de dama a meter o dorsal. Toma lá para aprenderes a não teres experimentado nesta prova os fixadores Go Grip que me foram enviados para experimentar. Isto ficará para outra oportunidade e outro post.

A caminho do Rossio tudo me irritava. O vento, sentir os ténis a apertarem-me muito os dedos dos pés, a bexiga cheia meia hora depois de a ter supostamente esvaziado, o tamanho das unhas das mãos (sim, a sério), a picada de melga que tenho no joelho e que me dá uma comichão do caraças... Enfim, cheguei a pensar em dar meia volta mas para além de ter sentido a força da equipa na camisola que tinha vestida lembrei-me também que uma das nossas colegas trabalha na Europcar - noutro departamento, noutro edifício - portanto ela que não conseguiu dorsal era pessoa para me matar se eu lhe fosse dizer que não tinha feito a prova. Entretanto fui ao wc - obrigado Padaria Portuguesa - e senti-me parcialmente... aliviado.

(Tanto palavreado e ainda não comecei a correr. Começa a ser hábito.)

Ao chegar à zona da partida dei umas voltas pelo recinto, vi uma ou duas caras conhecidas e como estava sem grande cabeça para conversas entrei para a minha zona de tempo assim que pude. Tinha 3 ideias diferentes para esta prova: honrar o meu dorsal de sub-50, baixar os 49:22 do ano passado e, dependendo de como me estivesse a sentir, talvez atacar o record dos 48:18.

Foi com relativa facilidade que ao fim do primeiro quilómetro passei o atleta responsável por levar a bandeira de ritmo dos 50 minutos - os marcadores de ritmo partiram todos na frente e foram acertando o ritmo entretanto - e nunca mais pensei na hipótese de fazer mais que 50:00. Venha o próximo. 

No ano passado tive uma lebre que me marcou o ritmo nos primeiros 4km e depois abrandou para acompanhar outro colega. Quando pensei nisso passa por mim um atleta de boné vermelho e camisola vermelha - diferente da camisola da prova - com o símbolo da CM Lisboa nas costas. Fui atrás dele e quando dei por mim estava a rondar os 4:45/km. Parecia-me bem e segui, sem ele saber que me estava a ajudar. A ideia era tentar ir em ritmo mais elevado até onde fosse possível. Depois passa por nós o campeoníssimo Fernando Andrade e eu achei que era a lebre perfeita. Ambição não me faltava. O que é certo é que agora tinha duas lebres em ponto de mira e estava a conseguir seguir aguentar o ritmo, pelo menos até meio da prova. Após os 5km continuava a vê-los mas um pouco mais longe. Tinha noção que estava ligeiramente mais lento - e os parciais confirmam. Queria ter passado a meio da prova abaixo dos 24 minutos para ter hipóteses de bater o meu record. Passei com... 24:00 certinhos. Tinha que manter o mesmo andamento na segunda metade e sabia que isso era complicado, pelo cansaço e pelo último quilómetro onde iríamos subir o que descemos no primeiro.

Como habitual, nas provas em que há retorno, ia sempre olhando para quem estava do outro lado à procura de rostos familiares, de camisolas conhecidas, de formas de manter o alento e a concentração. Foi assim que já ali pelos 6 ou 7 kms encontrei a Paula, que vinha em sentido contrário - uma amiga de uma equipa vizinha e que nos meus tempos iniciais foi uma fonte de inspiração por ter perdido tantos quilos quanto eu e pela sua evolução. Infelizmente uma longa paragem por lesão tirou-lhe todo o ritmo, mas nenhuma da força de vontade nem do companheirismo. Desviei-me um bocado do percurso a direito para lhe dar um "high five". Perdi uns dois segundos? Não me arrependo de nada.

No Cais do Sodré tive uma surpresa no percurso: não fomos até ao Terreiro do Paço por baixo junto ao rio e voltámos pela Rua do Arsenal exactamente como tínhamos ido. Isso significava que a subida da Rua da Prata não ia ser tão longa como habitualmente. Ajustei a estratégia para o último km e fui buscar as últimas forças para atacar, daí que o meu segundo quilómetro mais rápido tenha sido exactamente esse, mesmo com a subida. Por acaso foi por volta dessa altura que o João Lima me apanhou e eu só me lembro de lhe dizer que estava quase e arranquei. Desculpa João, como tinha os phones nem sei ao certo o que me disseste na altura mas fica só a nota que não estava a fugir de ti e muito satisfeito fiquei quando me ultrapassaste e me disseste no final o que te tinha acontecido. Vão lá ler o relato que prometo que vale a pena, como sempre!

Já perto da meta percebi que não ia dar para record - por pouco - mas que estava garantido o objectivo de melhorar o tempo de 2016. Missão cumprida com o meu 3º melhor resultado de sempre aos 10km, atrás dos 48:16 no GP Natal 2016 (que eu considero "oficioso" por ter sido com um dorsal que me foi cedido e por ser naquela prova que termina sempre a descer) e dos 48:18 na Scalabis Night Race 2017! 

Entretanto as queixas pré-prova ficaram na linha de partida. Aos 200 metros já não me lembrava delas! 

No final da prova tive nova conversa agradável com a mesma amiga que me tinha chamado estúpido à partida para o Douro Vinhateiro. Foi uma nova conversa agradável com ela, nova troca de elogios mútuos, imensa simpatia que eu considero ser sincera. Força para essa operação!

Não devo estar presente na próxima prova do Troféu das Localidades, no Jamor, pelo que a prova seguinte no meu calendário é o Challenge 3000, dia 13 de Junho na Pista de Atletismo Prof. Moniz Pereira.

Prova nº 64 - Corrida de Santo António 2017 - 10km - 00:48:39

O meu histórico nesta prova: