terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Diagnóstico

Quem me conhece bem sabe que para eu ir a um médico de livre e espontânea vontade é porque algo não está mesmo bem.

Quem me conhece também sabe que de há uns anos para cá que eu não (sobre)vivo sem a corrida.

Colocando estes dois factores na balança  lá fui eu à consulta de especialidade que marquei e saí de lá com o diagnóstico que eu já esperava: uma inflamação que obriga mesmo a um tempo de paragem. Os 12 dias que parei quando o problema surgiu ajudaram mas não foram suficientes. O ideal é parar um mês para garantir que regresso com a questão resolvida.

Quem me conhece bem também sabe que eu já olhei para o calendário para ver um bom dia para ir até ao nosso calçadão fazer uns 5kms. Algures daqui a três semanas, obviamente!

Entretanto já tenho quem me substitua na  Meia Maratona de Cascais (vá, não sou assim tão irresponsável) e logo se vê se estarei em condições para fazer as Lezírias. Prefiro hipotecar estas provas (por muito que me custe uma eventual ausência nas Lezírias) mas estar em condições para o resto do calendário.

Olhando para isto por outro prisma, é da maneira que fico com algum tempo livre para me dedicar aos dois eventos onde faço parte da equipa organizadora, um dos quais de forma bem mais directa e com um maior grau de responsabilidade.

Agora é ter juízo com algum excesso, focar-me na recuperação e desejar muito boa sorte a quem tiver que me aturar nos próximos tempos...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Fim da Europa 2017

Depois do caos organizativo que foi no ano passado disse a mim mesmo que não voltava a fazer esta prova, só por embirração. Quando abriram as inscrições esqueci-me de tudo o que tinha dito. Entretanto os problemas físicos que tenho sentido recomendavam-me ficar quieto em casa. A juntar a isso, uma série de eventos e acontecimentos neste fim de semana (um concerto no sábado à noite, duas festas de aniversário, etc) faziam com que estes dias fossem passados literalmente a correr.

Confesso que desta vez estou sem grande inspiração para fazer um grande relato da prova. A logística desta vez correu bem, a ida foi combinada quase em cima do joelho mas resolveu-se sem problemas. à partida ficava a promessa de termos 16 graus e 0% de probabilidade de chuva à hora da prova, mas Sintra tem o seu próprio micro-clima e assim que vimos a serra lá ao fundo... não a víamos, tal era o nevoeiro à sua roda. À chegada ainda antes das 9:00 o tempo estava bastante agradável. Comentávamos a previsível menor participação de atletas este ano - o número de atletas a terminar a prova desceu de 2481 para 2098 - mas sentia-se o ambiente de prova pela vila.

Mantenho a ideia que a prova se divide em 3 fases: os primeiros 4kms quase sempre a subir; até aos 11km bastante corríveis onde dá para impor um ritmo agradável, excepto na rampa no quilómetro final; os últimos 6kms sempre a descer até ao Cabo da Roca.

Tinha visto o meu desempenho na edição do ano passado no Strava e fui sempre a controlar o andamento dentro do esperado. Comparando com o ano passado apenas piorei o tempo porque entre o km8 e o km9 tive que caminhar um pouco por ter sido nessa altura que comecei a sentir dores no tornozelo e na perna. Rapidamente passaram e no final o que me custou foi o último quilómetro porque depois de tanto descer sentir o pé completamente preso. Sobre este tema já falo em seguida. Foi também já perto do final da descida que deixei de ver o meu colega de equipa que acabou por terminar uns dois minutos antes de mim. Até essa fase íamos sempre muito próximos em constantes ultrapassagens um ao outro numa muito salutar entre-ajuda.

O ponto alto da prova (nem sequer estou a fazer trocadilhos com a altimetria) foi na mítica parede do km10. Nessa altura olhávamos lá para cima e não víamos o final da subida. Não pela distância ou pela inclinação - no fundo são "só" 300 metros com 15% - mas pelo nevoeiro denso e cerrado que tínhamos pela frente e que tão bem caracteriza Sintra. Se tudo o resto tivesse corrido muito mal, a prova tinha valido a pena só por aquele momento.

Sofri um bocado por causa da lesão, mas também me diverti imenso durante o percurso. Sinto que fui quase sempre na companhia das mesmas pessoas. As subidas custaram-me como seria de esperar, mas a distância não foi propriamente um problema. Como há coisas que nunca mudam apoiei sempre quem estava na beira da estrada ao longo do percurso, batendo palmas e puxando pelo público. E o retorno que recebia era sempre agradável. A juntar a isto, foi - como sempre - excelente ver e rever caras amigas antes e depois da prova. E fica a nota que demos uma grande alegria à Isabel Silva (que esta ano se ficou "apenas" pelo segundo lugar) por termos acedido a tirar uma selfie - e não só - com ela. Grande miúda, cheia de energia! Boa sorte para Sevilha!

Voltando aos meus problemas físicos: continua a mesma rotina. Quando repouso um ou dois dias fico bem, mas quando corro fico com dores no tornozelo, com algumas dificuldades em dobrar o pé, que acabam por se estender pela perna na zona da canela. Senti isso ali a meio, piorou na parte final da descida mas no autocarro de regresso a Sintra estava melhor. De tarde com gelo e repouso o desconforto acalmou. Veremos como estou amanhã de manhã.  No dia 18 fiz raio-x ao tornozelo e não foi detectado nenhum problema mas o que é certo é que o desconforto regressa sempre com a corrida. 3a feira tenho nova consulta, corro o risco de "levar nas orelhas", mas espero conseguir ficar com uma outra ideia sobre esta situação.

Já estou a imaginar cenários melodramáticos para me mentalizar. Se não for assim tão mau, melhor!

 Prova nº 53 - Corrida Fim da Europa - 17km - 01:40:09

sábado, 28 de janeiro de 2017

"Lamento"

Disse isto, sem exagero, umas dez vezes esta semana. Duas dessas vezes foram à mesma pessoa, em dias consecutivos. Pessoalmente, em blogs, no facebook, para onde quer que me virei durante estes dias dei de caras com alguém que perdeu um ente querido. E pelo facebook também me cruzei com alguns amigos a recordarem o aniversário do desaparecimento de alguém próximo.

Isto é daquelas coisas que me dá arrepios na espinha.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Desafio

Este ano vou fazer parte da organização de uma corrida.

Assim que o convite surgiu não hesitei em aceitar. Vai ser uma boa experiência para tentar perceber melhor como funcionam as coisas do outro lado, embora ainda não saiba bem que mais tarefas me serão pedidas, para além da divulgação da prova, angariação de inscrições e posterior ajuda na preparação dos sacos e entrega dos dorsais. A primeira reunião é amanhã e estou bastante entusiasmado.

Agrada-me bastante estar por dentro destes meandros, ter um contacto mais directo com tudo aquilo que não vemos quando vamos a uma prova, ver o outro lado das coisas. Até posso acabar por nem ter grande parte activa no processo mas estou confiante que vai ser uma experiência enriquecedora.

(Para além disso ainda há um outro projecto na calha. Tenho que ver em que pé é que estão as coisas.)

sábado, 21 de janeiro de 2017

Teoria da conspiração

Divagações sobre redes sociais:

Há uns dias um colega (mais ou menos) habitual de treino publicou um texto sobre corridas e teve uma série de comentários aos quais foi respondendo um a um de forma cordial gerando até algumas mini-conversas dentro da publicação. O meu comentário - que foi semelhante a muitos outros - levou um polegarzinho e tive direito a silêncio. Se calhar não tem tempo para responder agora, pensei eu. O certo é que logo de seguida apareceram novos comentários que foram posteriormente respondidos. E o meu lá ficou - esquecido ou ignorado.

Pensei, ponderei, matutei sobre o assunto. Depois esqueci-me dele, que na realidade era o que eu deveria fazer, mas ainda há coisas que despertam o Fox Mulder que há em mim. 

A conclusão a que chego é que quanto menos corro mais tempo livre encontro para de vez em quando reparar neste tipo de coisas. Estou a precisar de ocupar a cabeça com música ou uma boa série ou um bom livro. Ou com cálculos mentais sobre ritmos, distâncias e médias de minutos por quilómetro!

50 shades of... pink

Lá no trabalho a equipa que eu coordeno é maioritariamente masculina. São 7 em 9, não contando comigo. Às vezes as raparigas sofrem um bocadinho, mas é (quase) tudo boa onda.

Na equipa de coordenação a coisa muda bastante: eu sou o único homem no meio de não-sei-quantas-mulheres. Na verdade eu sei quantas são, mas às vezes - em certas alturas do mês - parece que se multiplicam de uma maneira tal que lhes perco a conta. Novamente, (quase) tudo boa onda. Elas fazem-me sofrer à sua maneira (sempre fizeram questão de me avisar quando era a referida altura do mês para eu estar prevenido e a certa altura pediam-me para apontar num caderno e chegavam a perguntar-me para eu confirmar se já era altura novamente...!) e eu defendo-me com todas as minhas armas - normalmente aplico-lhes uma valente dose de parvoíce, piadas secas e trocadilhos e safo-me ou porque se desatam a rir ou porque percebem que o meu fusível já rebentou e dão-me um desconto.

No início do ano recebemos as agendas para 2017 e passado uns dias a minha colega mais próxima (12 anos a trabalhar juntos!) começou a personalizar a agenda dela e pediu-me a minha. Nem dei grande luta quando vi o que ela ia fazer. Se não os consegues vencer, junta-te a eles:


A fotografia podia ser melhor (o meu eventual futuro novo telemóvel ainda está retido na Alfândega!) e não faz justiça ao quão brilhantes estas letras são, sobretudo quando o sol entra pela janela atrás da minha secretária. Haja alegria no trabalho!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

"Eu bem te disse..."

"...para não ires treinar na 3a feira!"

Então... e eu não fui mesmo! Aquelas queixas que eu senti no final do último treino deixaram-me desanimado e preocupado uns dias porque as dores estavam a ser difíceis de suportar mesmo nas tarefas normais do dia a dia. Ao ponto de ter perdido autocarros a caminho do trabalho e ter levado mais que uma buzinadela por ter acabado de atravessar a estrada quando já estava verde para os carros.

Descanso, anti-inflamatório, mais descanso mas uma semana depois ainda sentia desconforto a andar. Meti na cabeça que hoje iria ao hospital depois de sair do trabalho. Já tinha sido difícil meter na cabeça que era um disparate ir fazer a prova do troféu das localidades em Valejas, mas a certa altura não havia outra opção a tomar. Eu sou um gajo que demora a convencer-se a si próprio. Ironia do destino: hoje tive mesmo que ir ao hospital por outros motivos e "já-que-cá-estou-despacho-mesmo-isto"...

A coisa começa bem quando estou na triagem e digo ao enfermeiro que sou corredor e ele me responde que "já somos dois". Passado nem 30 segundos já ele me estava a perguntar quando tempo é que fiz no Fim da Europa no ano passado (ele fez menos que eu e pelo tom de voz daquele olhar, deve ter sido bastante menos!), disse-me que este ano não podia participar (e eu logo se vê) e podíamos ter ali ficado o resto do dia a falar de corridas. 

A consulta também correu bem. Nada de lesões visíveis, tudo aparentemente no sítio, mas não se perdia nada em fazer raio-x para confirmar. E confirmou. O diagnóstico foi que isto se tratou de um estiramento e a recomendação foi descanso e anti-inflamatório diferente do que estava a usar. E mais descanso. E só voltar a correr quando o desconforto passar. Psicologicamente - ou não - até já me sinto melhor.

Passei estes dias a evitar ir ler o regulamento do Fim da Europa para ir ver se aceitam mudança da dados da inscrição ou se têm alguma cláusula de cancelamento por causa de lesões porque cancelar a ida à prova está no fundo da minha lista de opções.

Tenho saudades de treinar de forma consistente. Dos treinos de 5a feira, sobretudo. Sem treinar fico impossível de aturar. E com o trabalho a dar dores de cabeça a cada minuto que passa vamos mas é lá ver se isto melhora nos próximos dias para poder ir libertar algum stress!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Não há fome que não dê em fartura

Ah e tal, então nunca mais dizes nada? Ficaste parado em 2016?
Não fiquei, mas custou a arrancar. E espero ter sido o arranque para um bom ano a nível desportivo.

E fazendo jus à expressão que usei no título, nada melhor que dois treinos em dois dias consecutivos: o primeiro ontem (sozinho, coisa que já não me acontecia nem sei há quanto tempo e que, confesso, me soube bem) e o segundo hoje (junto da equipa, de quem me soube igualmente bem matar saudades).

 

No total foram 19km que muito bem me fizeram à mente e ao corpo, excepção feita à zona da articulação do pé esquerdo que me está a doer juntamente com a parte inferior da tíbia. Vou assumir que se deve à longa paragem, aos dois treinos seguidos e aos primeiros quilómetros que estou a dar aos dois pares de ténis novos aos quais estou a começar a dar rodagem. Passo a fazer as apresentações:

http://www.haddonu.org/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/A/F/AF4920_fr_sc7_1.jpg
Adidas Energy Boost 3

http://s8.galerieallegro.pl/zdjecia/z664/6649668/big_800x600/1.jpg
Adidas Supernova Sequence Boost 8

Vocês não estão bem a ver a minha cara de rapazinho num parque de diversões quando entrei no Outlet da Adidas no Freeport para aproveitar a campanha feita pela loja no início de Dezembro. Eram tantos e a tão bons preços! Infelizmente os Adidas que eu queria mesmo não havia no meu número (confesso, cheguei a ponderar trazer no número abaixo e a dizer para mim mesmo que não haveria de fazer grande diferença), portanto acabei por avançar para ideias alternativas... de acordo com a disponibilidade. As cores passaram para segundo plano.

A experiência na loja acabou por ser positiva. Trouxe dois pares de ténis com 35% de desconto em cima do já reduzido preço de outlet, no entanto acabei por ficar condicionado na escolha. Pode ter sido apenas azar de circunstância. Hei-de lá voltar da próxima vez que precisar de calçado novo, algo que espero que só aconteça daqui a bastante tempo. Fico agora com 3 ténis de estrada, dois novos e uns com quase 400kms e que uso preferencialmente em provas curtas. Ah, e uns de trail com 200kms.

Próxima prova é já no domingo. Vamos a isso!