segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Maratona do Porto 2018

Concluí ontem no Porto a minha terceira Maratona, mas fui menos feliz que no ano passado. Seis minutos e quarenta e um segundos menos feliz, para ser mais preciso, pois foi esse o tempo que tirei ao meu record que trazia de 2017! Nem vale muito a pena guardar suspense até ao fim, tendo em conta que já tinha partilhado o resultado nas minhas restantes redes sociais. E mesmo que não o tivesse feito, no domingo quando a malta se sentou para almoçar e eu tive finalmente disponibilidade para ligar o wi-fi no telemóvel já tinha recebido duas mensagens de parabéns pelo record! Obrigado por isso! Quem corre sabe bem a importância do apoio que vem de fora, mas vocês não têm noção do quanto isso me ajudou ontem a chegar ao fim. Obrigado, 42,195kms de obrigados!

Seis minutos e quarenta e um segundos menos feliz? Claro, quanto mais tempo corro mais feliz fico!

A aventura para o Porto começou praticamente na altura em que tinha terminado a Maratona do ano passado. Já sabia que iria voltar e aproveitei a típica promoção de fim de ano para fazer a inscrição, mesmo que o preço fosse um pouco superior e que a pasta party tivesse sido à parte em vez de estar incluída. Sabia também que iria comigo à prova um grande amigo e colega de equipa, pelo que o fim de semana iria ser em excelente companhia e com muito apoio das respectivas famílias do lado de fora do gradeamento!

Ultrapassando algumas questões logísticas inesperados com o hotel - este ano foi tudo muito estranho - lá chegámos à Alfândega para levantar os dorsais, beber daquele espírito e acabar com o reforço de hidratos de carbono. Foi também aí que comecei a ver muitas caras conhecidas o que ajuda sempre. Aliás, a primeira cara conhecida que vi até foi o João Lima na estação de serviço da Mealhada. 


Muita brincadeira e boa disposição, muita ansiedade e lá fomos até Matosinhos fazer o check-in, relaxar um pouco, jantar e dar um curto passeio antes de regressar à base para preparar tudo para as emoções do dia seguinte. Eu não dispensei a tradicional foto nocturna à Anémona.



A minha preocupação era sobretudo uma: a que horas ia começar a chover? Isso ia fazer toda a diferença! Fazer 10km à chuva é bem diferente de fazer 42. As previsões iniciais diziam que só chovia a partir do meio-dia, depois a actualização dizia ser a partir das 9h e eventualmente a partir das 7h. Já sabia que não ia escapar a uma boa molha.

A manhã acordou sem chuva, mas ela apareceu durante o pequeno-almoço. Já agora, o hotel que é pequeno estava carregado de atletas como nunca vi nos últimos anos! Fomos os últimos a sair, mas ainda a tempo da prova. Tínhamos marcado foto de equipa às 8:30 com a restante malta presente, mas à hora que chegámos não estava lá ninguém portanto tirámos nós e acabámos por nos cruzar com o restante pessoal durante os retornos da prova. E lá fomos, uma dupla da maratonistas, a nossa ET na Family Race e o resto da falange de apoio na caminhada, mas a fazer uma maratona por fora e a dar high-5 sempre que possível a quem passava enquanto esperavam por nós.

O plano que tínhamos era mais ou menos simples e ia adaptar-se ao longo dos quilómetros. O meu colega, Gajo da ET, é um gajo com pouco juízo no que diz respeito a gerir esforço portanto estipulou que se ia agarrar a mim até meio da prova e depois logo se via como se iria sentir para a segunda metade. Eu agradeci a companhia - e o elogio relativamente ao meu juízo - e aproveitei também para ir ligeiramente mais rápido do que planeado nessa fase, mas nada que fosse ter grandes implicações negativas no cansaço final. Relativamente à companhia, fiz as contas e nas três maratonas que tenho no currículo apenas fiz cerca de 32 quilómetros sozinho. Ou seja, sem nenhum colega de equipa ao lado.

O ritmo que eu tinha em mente era a rondar os 5:50m/km, mas se fosse a 5:45m/km também não era mau de todo. Depois de uma fase inicial a ganhar posição no pelotão passou por nós a bandeira das 4:15 e fomos confortavelmente atrás dela até que quase sem querer a ultrapassámos com relativa facilidade. Percebemos que ou fomos nós que aceleramos um pouco ou ela tinha reduzido o ritmo e estava também a estabilizar o andamento. O que é certo é que fomos bastante tempo à frente e sempre de olho no outro lado da estrada quando apareceram os primeiros retornos. Conseguimos ver parte da malta da equipa, para além de mais malta amiga. Rapidamente estávamos nos 5kms à procura da nossa claque que encontrámos sem problemas apesar da quantidade de gente ali presente. Tudo tranquilo, ambos a um ritmo saudável para as nossas ambições. E quando acelerámos na descida até foi ele a comentar isso, ao que eu respondi que sabia mas que já voltávamos ao planeado. A ida até ao porto de Leixões e regresso à rotunda da Anémona fez-se num ápice, novamente entre bom ambiente, procura de amigos e colegas e sorrisos. Recordo-me que a certa altura ouço algo - que já nem me lembro o que foi - vindo de dois atletas atrás de mim e a minha reacção imediata, sem olhar, foi: "Temos Pernetas por perto, chegou a festa!" "É isso mesmo!" ouvi em resposta. Bem antes disso também já tinha visto o Carlos nos quilómetros iniciais. Outra cara que é sempre um prazer rever. Mais tarde haveria de encontrar a Dora a quem desejei força, sem ela fazer ideia de quem eu era, suponho eu. Mas essa é uma das belezas disto de correr, sobretudo numa Maratona. 
Encontrámos a ET, seguimos em direcção à Anémona, o João Lima passou por nós e desejou-me força para me tornar tri-maratonista. Pequenos momentos que muita importância teriam lá mais para a frente. Chegámos ao ponto de separação das provas, vamos lá fazer mais 30 quilómetros que os primeiros 12 passaram a voar.

Como habitual, nota-se logo que algo mudou. Menos atletas em prova, menos público na estrada. Não que o apoio tivesse desaparecido, mas as zonas de Matosinhos, Parque da Cidade e Anémona têm sempre uma moldura humana brutal. Agora a interacção era mais com colegas de estrada. A chuva - sim, já tinha começado a chover - afastou naturalmente algum pessoal, mas o Porto nisto não desilude e quem lá estava fez sempre os possíveis para dar força aos atletas. Portugueses, estrangeiros, não interessava!

Nós continuávamos ao nosso andamento, nada de novo. Mesmo. Ele ainda me perguntava se não estávamos a ir muito depressa para o que eu queria e eu ia olhando para o relógio para confirmar que aquilo que ele marcava batia certo com o que as pernas sentiam. Um pequeno início de cansaço era amenizado com o segundo gel, também dentro do planeado. Ele também tinha uma estratégia de gel que correu bem. À beira da estrada havia malta num café a quem eu pedi imperiais. Não tinham, mas havia finos! Esqueci-me de onde estava e ele corrigiu-me no imediato. À nossa frente um atleta tinha o telemóvel no bolso dos calções com a luz do flash ligada. Quando o alertámos ele solta um "Fogo, tenho um pirilampo no rabo, carago!" Agora metam sotaque do norte nesta frase e estamos no ambiente certo. Carago! 
Em sentido contrário vimos os primeiros classificados, batemos palmas e comentava-se o ritmo frenético a que vão. E recordámos o vídeo da passadeira a simular a velocidade do record do mundo da Maratona batido em Berlim e a impossibilidade de fazer sequer um quilómetro àquele ritmo, quando mais 42!

A segunda fase da prova estava a terminar. Passagem aos 20km, a confusão habitual naquele abastecimento que é o primeiro a ter reforço sólido. Consegui tirar duas embalagens de gel para substituir os que tinha tomado. O facto do gel oficial da prova ser exactamente aquele que tomo facilitou esta questão e deixou-me muito mais tranquilo. A passagem pela ponte Dom Luís é sempre um marco da prova. É preciso algum cuidado na zona antes da ponte porque o empedrado a descer pode causar alguma escorregadela inadvertida, sobretudo com as condições climatéricas de ontem. Já disse que estava a chover? Ele avançou um pouco e eu tive cuidado extra ali. Depois começo a ver o mar de gente habitual e não me contive nos gritos, nos pedidos de palmas e de barulho. Tive imenso retorno, malta a gritar o meu nome, malta a dizer-me que quando eu passar de regresso ao Porto ali estarão para apoiar novamente. E fiz um sprint tão grande para o apanhar no meio desta loucura que fiquei sem fôlego, mas valeu muito a pena. Nem eu sabia o quanto, naquela altura! Agora era uma altura em que teríamos que tomar uma decisão e ela aconteceu sem sequer falarmos. À passagem pelo pórtico da Meia Maratona eu abrandei ligeiramente o ritmo e ele seguiu no mesmo andamento. Isto foi tão natural que ele nem se apercebeu. O nosso trabalho de equipa em conjunto terminava aqui: ele tinha mantido o juízo durante metade da prova para não rebentar muito cedo e eu tinha feito uma meia maratona em boa companhia e ia agora fazer a outra meia até à meta a tentar continuar a gerir o esforço. Ele só rebentaria aos 33km, mas a marretada foi bem mais suave do que ele temia. Eu rebentei aos 26/27km. Pois.
Ainda antes disso vieram momentos engraçados. No espaço de um ou dois minutos tive um atleta do Correr Lisboa a desejar-me força e chamando-me pelo meu apelido! Logo a seguir alguém que me incentivou através do nome da equipa e atrás dele outro atleta que me chamou pelo primeiro nome. Confesso aqui que não reconheci nenhum destes três atletas e fiquei à nora enquanto ia ouvindo estes incentivos "anónimos". Da mesma forma, vi também o outro maratonista da equipa que ia bem, juntamente com outro amigo nosso que estava a lutar contra uma gripe e posteriormente o André que fez uma marca excelente na sua prova!

Decidi também dar uma de apoiante anónimo e quando vi a Susana passar gritei-lhe um "Força Unicórnio!" Apoio nunca é demais, pois não?

Com isto vinha o abastecimento dos 25km onde fiz uma pequena pausa para hidratar, respirei fundo e segui!

E quebrei. Foi um misto de muita coisa: pés frios, esforço extra por causa da chuva e do empedrado, não sei, foi tudo junto. Gelou-se-me tudo, desde o coração à cabeça, passando pelo resto do corpo. E o pior foram os fortes espasmos que comecei a sentir no joelho direito. Tentei continuar a correr, mais devagar, mas em breve tive que caminhar pela primeira vez. E os espasmos iam e vinham. Quando desapareciam ganhava forças e esquecia, mas quando voltavam ficava assustado. E ao quilómetro 27 da minha terceira Maratona pensei pela primeira e única vez que não iria conseguir acabar.

Só pensava em voltar a atravessar a ponte e logo se via o que ia fazer depois disso. Caminhei um pouco, alternei com corrida ligeira e ia dizendo ao joelho que estava a ser parvo. Decidi que não iria passar a ponte a andar, porque aquilo havia de ter imensa gente ainda a apoiar. E assim foi. O que eu não esperava foi ter-me sentido tão emocionado com o apoio do público nessa altura. Tentei conter as lágrimas - que haveriam de cair um pouco mais à frente - e cerrei os dentes! Esta Maratona era para acabar! E quase sem dar por isso estava no abastecimento dos 30km. Excelente! A minha meta já era pensar de abastecimento em abastecimento e ir fazendo o resto em blocos de 5kms. Ganhei ainda novo ânimo ao ver o marcador de ritmo das 4:15 a passar do outro lado e o meu colega de equipa logo atrás, com talvez um quilómetro de vantagem para mim. Não estou assim tão mal, pensei! Siga...! Siga durante um quilómetro, porque os dois seguintes foram praticamente a caminhar depressa. Tempo suficiente para apanhar uma conversa entre dois atletas, uma das quais polaca e que completou no domingo o seu 42º aniversário tendo decidido celebrá-lo a correr precisamente uma Maratona. Agarrei-me a exemplos de motivação como este para me manter focado. Ao meu lado passavam dois atletas e um deles dizia que "se isto fosse fácil qualquer pessoa fazia".
Voltar a passar junto à ponte Dom Luís deixou-me novamente emocionado com o apoio contínuo que existia e o cheque-mate deu-se no túnel da Ribeira. Podia estar a passar o Chariots of Fire ou a música do Rocky como nos anos anteriores, mas estar a passar o Don't Stop me Now dos Queen fez-me soltar as lagrimitas que eu andava a conter. Malandros, pá! Ganhei força, ganhei alento! Os espasmos no joelho direito tinham desaparecido, mas agora era a perna esquerda que estava com queixas, talvez a compensar. Nada que me impedisse de continuar a correr. Não era a 6:00m/km, era a 7:00m/km! Não ia era parar! Don't stop me now!

Quando percebi que já via o abastecimento seguinte no horizonte nem acreditei. Eram só mais 5 quilómetros, porque na minha cabeça os dois últimos iam ser feitos com o coração e não com as pernas. Voltei a hidratar com o isotónico da Prozis. Fora dos abastecimentos andei sempre com uma garrafa de água na mão que ia trocando ao chegar a um novo. Foi aos 35km que vi a Dora. E quando retomei a corrida passa o marcador de ritmo das 4:30. Ora, apesar dos vossos desejos e previsões de 4:15, a minha ambição era terminar próximo das quatro horas e meia e seguir ali com companhia parecia-me perfeito para me aguentar. Até pensei que se estivesse bem depois no final ainda ia acelerar mais para acabar à frente.

Está bem, está... Um quilómetro e pouco junto à bandeira e não aguentei mais. Vamos caminhar novamente e esquecer esta coisa do tempo final. Na verdade, desde os 27km que eu nem sequer sabia se ia acabar, portanto estar ali tão perto já era uma vitória. Se tivesse que fazer em 5 horas, fazia. Maratonas há muitas! Seja como for, foi um balde de água fria ver fugir com a bandeira de tempo os objectivos propostos, independentemente do meu sub-consciente saber que me falharam muitos quilómetros na preparação. Voltei a quebrar psicologicamente e meti na cabeça que ia a caminhar o resto que faltava e que se lixe. 

Olhei para o relógio e fiz contas só para ver quantas mais horas ia deixar o pessoal preocupado na meta. A chuva forte que caia deixava-me em pânico. Comentei no final que esperava até que não estivesse ninguém à minha espera e que eu só queria é que estivessem abrigados e/ou no conforto do hotel. Eu haveria de ir lá ter depois. Mas ter olhado para o relógio deu-me o click final de motivação que me faltava. Contas rápidas ao quilómetro anterior diziam-me que se fizesse os restantes quilómetros até à meta a um ritmo de 8:00m/km iria terminar com 4:40! Como era possível quando a bandeira dos 4:30 já tinha ido embora há tanto tempo? A bandeira dos 4:45 devia estar a apanhar-me a qualquer instante. Olhei para trás e não vi nada que indicasse isso. Então ainda consigo fazer um tempo bom? 
Ao mesmo tempo que fazia estas contas pensava que tinha o pessoal a seguir-me pela aplicação e que um quilómetro tão lento ia deixar todos preocupados - confirmou-se, aquele quilómetro deixou o pessoal na meta em pulgas! E não era só o pessoal na meta, era toda a gente que tanto apoio me deu ao longo destes meses! Não era uma questão de desiludir ninguém, não queria nem podia era deixar ninguém apreensivo. Agarrei-me a toda a gente que conheço, a todos os amigos do mundo das corridas, levei-vos a todos comigo! Estavam ali ao meu lado!

E quem é que apareceu também ali ao lado? Um casal no passeio a dar força aos atletas. Na altura eu ia isolado e lá veio a senhora gritar por mim e pelo nome da equipa com uns valentes "Vamos lá"! Era a mesma senhora que há dois anos exactamente naquele sítio me disse que eu ia com demasiada roupa e o senhor que estava ao lado foi o que no ano passado nos gritou por ali que chegar tão longe era para campeões. Foi incrível! E foi novamente com a lágrima a querer cair que lhes gritei energicamente que "Vocês são os maiores, carago! São os maiores!"

Impossível parar depois daquilo! A partir dali foi sempre a correr, excepto por uns segundos no abastecimento dos 40kms. Mais dor, menos dor, mais cansaço, menos cansaço, tinha uma meta à minha espera. E eu só pensava que se fosse ver o pessoal junto ao gradeamento então ia cruzar a meta a chorar copiosamente porque não ia aguentar. Olhava de relance para o relógio para confirmar que a matemática não me tinha enganado. A chuva tornou-se intensa a certo ponto mas nem isso me ia parar, já tinha transformado todos os infortúnios em entusiasmo, todas as dificuldades estavam a uma curta distância de serem ultrapassadas! Para ajudar ainda há um atleta de uma equipa da zona de Sintra que se meteu comigo para dizer à colega que ele ia a rebocar até à meta que isto agora era um tirinho. Olha aqui o N. fresco e fofo ao fim destes quilómetros todos. Eu sorri e disse-lhe que comparado com as provas do troféu das localidades, isto da Maratona era uma brisa.

Passar o quilómetro 40 foi o melhor momento daquela epopeia até ao final. Os dois últimos quilómetros são para fazer sem parar e sempre a acelerar até ao fim. Dei um high-5 à placa dos 41kms e o meu rosto já era todo ele um sorriso rasgado! Ouvir os sons que vinham do speaker naquela zona e ver o recinto da chegada ali tão perto não deixava margem para qualquer dúvida: aquele tipo que teve medo aos 27kms ia conseguir terminar a Maratona! E em grande parte graças ao apoio que veio de fora!

Subida até à meta, quase sem ninguém junto ao gradeamento, mas isso não me fazia esmorecer. Ali à frente consegui ver a claque de apoio que se tinha acabado de colocar estrategicamente segundos antes depois de verem na aplicação que eu estava a chegar. Não houve lágrimas! O que houve foi um grito de satisfação onde libertei tudo aquilo pelo qual passei nesta epopeia. Curva final rumo à meta, novo grito, agarro-me ao símbolo da equipa na camisola e passo a meta em euforia total com um libertar final de emoções de braços bem erguidos no ar. Consegui! Consegui, carago! E agarro-me ao gradeamento a chorar durante uns segundos. Bateu forte, mas passou rápido.

Fui buscar a medalha e ainda soltei um YES de alegria que fez com que a senhora que me ia dar a medalha me tivesse dado os parabéns e pedido um abraço!



A chuva era intensa, ainda fui buscar uma cerveja que nem bebi na totalidade. Agarrei nas ofertas, na t-shirt de finisher e fui ter com o pessoal que estoicamente aguardava por mim. O meu colega fez menos 15 minutos que eu e decidiu que não queria ir andando até ao hotel antes de eu chegar. Obrigado!

No final, depois de um banho quente, tivemos uma muito merecida refeição de francesinhas que nos encheu o estômago. A alma, essa, já estava bem cheia! 



O regresso a casa foi tão ou mais atribulado que a prova em si. Quatro horas de viagem pela auto-estrada debaixo de um dilúvio tal que nos tirava qualquer visibilidade e nos obrigou a vir a não mais que 70km/h durante mais de metade da viagem. Felizmente tudo correu bem no final.

Está feita a terceira Maratona, cheia de altos e baixos, tal como tem que ser. Depois da emoção há-de chegar a altura para analisar mais a frio tudo o que correu bem e mal durante estes últimos meses para depois afinal a estratégia para a quarta.




Prova nº 95 - Maratona do Porto 2018 - 42km - 4:33:49

29 comentários:

  1. Parabéns Nuno … excelente tempo e excelente relato cheio de emoções como a gente gosta. Eu pelo menos gosto de sentir "o pulso" às corridas dos outros. Olha … e tiveste uma amostra de Pernetas … se puderes vir cá dia 1 de Maio levas com a dose toda :)
    Boa recuperação. Aquele abraço

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    1. Obrigado Carlos!
      Se não fosse aquela coisa no dia 28 de Abril...
      Um destes anos ainda desafio a malta toda e vamos à aventura! Grande abraço!

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  2. AHHH... E Tinhas razão... Não fazia ideia quem me cumprimentava tão determinado! Decorei o nome do dorsal e registei o apoio! Já em casa perguntei ao perneta-mor, conheces algum Nuno MireMor?! A maratona tem destas coisas! Obrigada pelo apoio e parabéns pela superação!

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    1. Obrigado Dora! Imaginei que não, mas eu sou mesmo assim, é para apoiar e pronto! Por acaso o Perneta encontrou-me na altura em que ia a sair do recinto e disse-lhe que te tinha dado uma força a meio.

      No restaurante ao almoço estive com um colega teu. Assim que lhe disse que conhecia o Carlos ele lamentou que eu tivesse que passar por tal sofrimento! :D Acabei por não lhe perguntar o nome.

      Beijinhos e até à próxima!

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    2. Vou-te mandar as fotos dos gajos todos dos Montemorrows ou lá como se chamam para o identificares. Preciso de saber quem é o amigo da onça …. :P

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  3. Olha... Gosto TANTO de ti e TANTO dos teus relatos e TANTO da tua força!

    PARABÉNS! Eu sei que esta palavra é pequena, curta e fraca para congratular quem termina uma maratona, quanto mais para quem termina a terceira! :P

    Venha a próxima! YES!!!

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    1. O sentimento é mútuo, Fabiana! Tens aqui um cantinho especial no meu coração. A palavra tem muito valor porque eu sei que o dizes com sentido. :)
      A próxima não é YES, é SÍÍÍÍÍ!! :D

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  4. Eh pá... mexeste comigo com este relato! Reconheci muita coisa nesse momento de quebra e depois o renascimento. Maratona é isso tudo!
    Muitos e muitos parabéns e foi um prazer acompanhar-te metro a metro na app. Perto do final disse n vezes à Mafalda que ias bater o teu record. E foi por uma muito boa fatia! :)

    Grande abraço e prepara os ouvidos para o público espanhol! Venga, venga, animo, animo, campeone! :)

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    1. Obrigado João!
      Duas palavras que me vieram à cabeça naqueles momentos de medo: "Fala comigo."
      Estive a um passinho de usar a mesma estratégia, mas sabia que por mais que isso me fosse reconfortar também iria causar muita apreensão na meta.
      Eu acho que te ouvia dizer isso à Mafalda e essa certeza deu-me força para continuar.
      Estou pronto! Apenas preocupado que com tanto apoio eu me esqueça de correr! :D
      Abraço!

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  5. Ohh pahh, deixaste-me com a lágrima no canto do olho... Que relato inspirador!! Queria tanto ver-te chegar, mas aquela chuva, a cara da mini ET a tremer de frio... Mas tiveste a melhor companhia de sempre na meta.
    Foram umas horas de sofrimento para quem está a acompanhar a aplicação, sem poder ir ao km25 para perguntar porque abrandaram... Coração de roady sofre.
    E obrigada por pores algum juízo (por alguns kms) na cabeça do Gajo, nem imaginas como fiquei preocupada quando percebi que já não vinhas com ele...
    Parabéns!! Para a próxima, são menos 10min!!!
    **

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    1. Fizeste muito bem em não estar na meta. A foto da minha chegada resume todo este texto numa só imagem! :)
      Oh, para a próxima manda sms a perguntar. Ele não levou telemóvel, mas eu tinha. LOL
      Não tens nada que agradecer, ele fez uma excelente prova e aquela divisão foi bem planeada.
      Obrigado! Fica registado e espero ter-te lá a registar o momento! ***

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  6. Épico!

    Parabéns pela prova, pela superação, com aquela chuva ainda mais, e por nos fazer passar por "esses" 42 km.

    Abraço.

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    1. Obrigado!
      Sinto que havia tanto mais para contar. Podia estar o dia inteiro a partilhar as emoções da Maratona. Não há mesmo prova como esta!
      Abraço!

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  7. Olá Nuno.

    Que prova sofrida, mas parabéns porque psicologicamente foste fortíssimo e o mais importante conseguiste no meio de tudo o que passaste desfrutar e terminar.
    Essa francesinha por acaso foi no restaurante “Requinte”?
    No blogue do João Lima disseste que me reconheceste num retorno, mas eu não faço ideia de quem sejas. :D Por acaso podes dar-me umas pistas, “tipo” um sítio onde esteja uma foto tua, para que na próxima prova que passe por ti possa gritar “Força Nuno” ;)

    Beijinhos e boa recuperação.

    Lígia

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    1. Olá Lígia!
      Muito obrigado! A Maratona é esta montanha-russa de emoções. Felizmente tive um final feliz! :)
      Eu reconheci-te porque uma grande amiga veste as mesmas cores que tu e quando vejo uma das vossas camisolas passar fico mais atento. E depois olhei para o nome no dorsal. Já o mesmo tinha acontecido em Coimbra. :)

      Foi no Requinte, sim. Aliás, o mundo é mesmo pequeno...! Acabo de perceber que estava lá sentado ali ao pé quando fizeram uma foto à saída.
      Beijinhos e igualmente! E muitos parabéns pela marca obtida! :)

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    2. Que engraçado... O mundo é mesmo pequeno ;)

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  8. Carago! Parabéns, man! Grande prova! Muito bom o teu texto, também!

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    1. Carago! :D
      Muito obrigado! Desculpa lá ter falhado os 4:15, mas tento para a próxima. He he he!
      E agora que eu estou a ponderar tirar um ano sabático e deixar o Porto para 2020 é que estão a planear jantares pré-maratona novamente? Raios!
      Forte abraço!

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  9. Oh pá! Como é que me tinha falhado a leitura deste teu relato? De facto estava a achar estranho "a demora" da tua escrita.... afinal eu é que ainda não tinha visto.

    Adiante!
    Muitos Parabéns!!!! Mesmo que tenhas ficado menos feliz.... foi por uma boa causa! ;)

    A próxima é Madrid?

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    1. Estavas distraída! :)
      Obrigado!! O "menos feliz" é em referência a um comentário que eu fiz há dias em que dizia que quanto mais tempo corro mais feliz fico. Fiquei radiante com o resultado final depois de ter duvidado que iria conseguir.

      Como sempre, gostei de vos ver.
      A próxima é Madrid, já estou inscrito desde Setembro e ainda consegui guardar segredo um mês e meio. :D

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  10. Respostas
    1. Obrigado André! 5 meses e meio até à próxima! :)

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  11. Bolas, que ao ler a tua discrição, parece que somos nós que estamos a passar pela situação. Consegues mesmo passar-nos todas as emoções e nós ficamos aqui a torcer para que tudo acabe bem, como se estivesse a decorrer naquele momento.
    Parabéns pelo relato incrível e muito pela superação, tantos km em sofrimento é apenas para quem tem persistência como nome do meio ;) Deve ser mesmo uma experiência única!!

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    1. Muito obrigado! E bem-vinda de volta! :)
      Somos todos masoquistas, não somos? Não tenho dúvidas! He he he!

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  12. Que odisseia! Parabéns triplamente: pelo excelente relato (como sempre), pela determinação numa corrida duríssima, e pela coragem de comer uma francesinha com cerveja preta a acompanhar... é de homem!

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    1. Hahahaha! Obrigado, meu caro! E bons olhos te vejam pela blogosfera! Grande abraço!!

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  13. Eu sei que já passaram duas semanas mas... Parabéns outra vez! Não podia deixar de vir ler o teu relato :)

    Não consegui acompanhar a tua prova tanto quanto gostaria, mas também eu fiquei meio preocupada quando vi a tua quebra... Foi muito bom ver que recuperaste e fizeste um tempo espectacular! Seis minutos são muitos minutos! Ainda por cima num dia difícil como aquele, naquelas condições... Muitos, muitos parabéns!

    Entretanto já fizeste um pódio e tudo, mas ao ler isto pode ser que te relembres outra vez da sensação brutal de teres cortado a meta no dia 4 :)

    Beijinhos

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    1. Obrigado!! Mais vale tarde que nunca e o teu comentário fazia cá falta. :) Por acaso a primeira coisa que me lembrei foram os espasmos no joelho! LOL

      Da meta lembro-me todos os dias porque renovo o meu wallpaper do PC após cada Maratona feita. ;)

      Vê lá se não marcas férias quando eu for a Madrid. :P
      Beijinhos!

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