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segunda-feira, 22 de abril de 2019

De mãos dadas rumo ao futuro

"Força Nuno! Actualiza o blog!"

Corria o quilómetro 16 quando sou interpelado por um atleta que me dirige estas palavras. Fiquei um bocado aparvalhado, não o reconheci imediatamente, mas ele fez questão de se apresentar logo de seguida. (Olá Edgar! Obrigado!)

Depois do sucesso que foi a nossa participação nesta prova no ano passado, regressámos em força com um total de 26 atletas em competição - eu e outro colega nos 20km em linha e os restantes em várias equipas da estafeta, naquilo que foi uma fantástica demonstração de espírito de equipa a todos os níveis. De referir que ainda me lembro de estar no serão de dia 30 de Dezembro a organizar as equipas e as inscrições para aproveitar o preço inicial. E estava cheio de medo de acontecer o que se passou em 2018 com várias lesões e impedimentos de última hora que obrigaram a fazermos algumas trocas de elementos. Se com 3 equipas já não era fácil coordenar eventuais trocas, imaginem com 6!
Felizmente poucos foram os colegas a precisar de serem substituídos e tudo se resolveu com relativa calma.

No dia da prova estava tudo pronto no ponto de encontro. Apenas um atleta não compareceu, mas avisou com antecedência, pediu para deixar o kit na pastelaria onde nos juntámos e ele haveria de lá passar antes de rumar ao Estoril para ser o primeiro da sua equipa da estafeta. De referir que quando eu parti para os 20km, ainda não o tínhamos encontrado por lá e um dos momentos mais felizes da minha prova foi quando vejo o terceiro elemento daquela equipa a passar por mim em alta velocidade rumo à passagem de testemunho dos 15km. Era sinal que ele tinha aparecido e que estava tudo ok!

A partida dos 20kms deu-se com algum atraso, quase dez minutos depois da hora, o que fez com que ao fim de poucos quilómetros já o primeiro classificado das estafetas tivesse passado por mim. Quem também passou por mim ainda antes dos 5km foi o nosso primeiro atleta da equipa mais rápida. As minhas contas diziam-me que eu chegaria à primeira passagem de testemunho antes disso acontecer, mas a diferença nas partidas foi apenas de 5 minutos em vez de 15 portanto fui rapidamente apanhado, que isto de correr a ritmo tranquilo a rondar os 5:30/km não se compara com as flechas da equipa que terminou a estafeta com um ritmo final de 3:55/km! Que brutalidade de flechas!

Sabia que a prova começava logo a subir - nos meus ouvidos ainda estavam as queixas de quem no ano passado fez o primeiro percurso - e que ao longo da Marginal iria encontrar algumas outras subidas difíceis. Na minha mente ia distraído pela calma que a paisagem do meu lado direito me transmitia e pelo imaginar do que estaria a ser a festa do pessoal nos pontos de passagem de testemunho. Ia embalado como fui na Meia Maratona de Cascais e tudo isso ajudava-me a esquecer que fazer aquele trajecto numa Maratona de Lisboa tem certamente outra dureza. O que é certo é que cheguei ao fim e não senti que as subidas fossem assim tão aterradoras. Difíceis sim, mas não temíveis. Até me deu a sensação que fiz grande parte da prova a descer.

Como era de esperar senti nas pernas o peso da falta de treinos decentes. Ali algures depois dos 10km notei que tive que abrandar um pouco o ritmo e fui-me juntando a outros atletas que senti que estavam sempre por ali por perto naquelas companhias de circunstância. Não tendo metido conversa com ninguém, era agradável ter pessoal por ali. Para além disso, de 5 em 5 quilómetros era uma festa porque ainda apanhava colegas da estafeta à espera de entrar em acção. E assim fui indo rumo a Belém.

O último trajecto foi um misto de emoções. Para além da aparição surpresa do Edgar que tinha feito o segundo percurso da estafeta e seguiu até à meta, tive algum pessoal que já tinha terminado a prova e vinha em sentido contrário a cumprimentar-me pelo nome. Alguém que eu conhecia ou era por causa do dorsal? Não sei, não reconheci ninguém, mas é sempre agradável. Para além disso uma das nossas atletas lesionadas fez questão de aparecer e estava por lá a tirar fotos. Foi aos 17,5km que senti necessidade de caminhar um pouco. Queria ter feito tudo sem parar, mas não deu. Paciência. O mesmo aconteceu um quilómetro mais tarde, mas logo a seguir retomei a corrida até ao final sendo que tive escolta de honra no último quilómetro porque em sentido contrário vinham uns quantos colegas de equipa (as flechas e não só...!) que me escoltaram até à curva final antes da meta. Muito obrigado pessoal, foi o boost que eu precisava para concluir a prova, num tempo muito semelhante ao que fiz nos 20km de Almeirim em 2018, naquele que foi na altura o último treino longo antes da Maratona do Porto. Nota: o meu melhor tempo numa meia maratona continua a ser melhor que o meu tempo em provas de 20km.

Depois de terminar veio o habitual cumprimento a vários amigos deste mundo com quem ali me cruzei. É sempre um prazer ver caras conhecidas e trocar dois dedos de conversa. Aquilo que acabei por não fazer foi voltar atrás para ir ter com a ET que iria fechar a nossa última equipa.  Eram mais uns quantos quilómetros neste treino longo. Quando consegui respirar um pouco estavam a chegar outros elementos da equipa, tanto os que estavam a fazer apenas a última parte da estafeta como outros que começaram há 15 ou 20 quilómetros atrás e seguiram até ao final. Foram todos fantásticos, sem dúvida! Até que chegou a nossa ET, muito bem acompanhada e quando passou por mim agarrou-me pela mão e só a largou metros antes da meta. Se há alguém que me tem dado uns calduços reais e virtuais na tentativa de me tirar das areias movediças onde tenho andado nestes últimos tempos é ela, daí que este gesto tenha sido bastante simbólico. Não podendo mudar o passado, há que ganhar foco para o futuro!

A ti, em especial, obrigado!

Para trás ficava o nevoeiro e a chuva com que fomos brindados no início da prova, para a frente ficaram os sorrisos, os Twix que estavam a ser dados na meta e uma série de contas para voltarmos novamente em 2020, desta vez para tentar ir a um pódio. Planos mais próximos incluem a ida à Scalabis (o relato sai ainda esta semana), a Maratona de Madrid (ai, cruzes credo...) e o cancelamento da ida ao Douro Vinhateiro (mais vale não ir do que ter 2016 all over again...).

Prova nº 107 - 20km da Marginal - 20km - 01:56:48


P.S: de regresso aos carros que ficaram em Algés foi altura de distribuir as t-shirts da prova e a oferta que fazia parte do kit. Enquanto a malta se despedia troquei de roupa e fui o último a despachar-me. Meti o saco que levava com as minhas coisas no tejadilho do carro e tal. Lá de dentro diz-me o gajo da ET: "Não te esqueças disso aí, ok?" "Ok, claro!" Entro no carro devidamente pronto e saímos do estacionamento rumo à rotunda da entrada do IC17. Ele fez uma manobra qualquer estranha, que eu nem percebi o que foi e um outro carro a entrar na rotunda desata a apitar intensamente, instantes após ouvirmos um "catrapum!" 

"Está qualquer coisa no chão!" Pois claro que está! Era o meu saco amarelo que tinha dado um tralho desde o tejadilho do carro onde eu obviamente não o ia deixar e estava a rebolar mais que o Neymar depois de uma entrada a pés juntos do Pepe... Meia volta à rotunda e o condutor do tal carro - estrangeiro, por sinal - já tinha parado para nos entregar o saco. Só lá tinha as chaves de casa, as chaves do carro, a carteira... 😧 

domingo, 28 de outubro de 2018

20km de Almeirim - uma luta a três

"Estás a ser cobaia para tudo o que hei-de escrever no blog."

Estava eu a partilhar as aventuras da ida a Almeirim quando me saiu esta frase. E não é mentira, tudo o que eu estava a dizer já era um resumo das ideias chave que tinha pensado em partilhar aqui. Ora bem, assim sendo não é tarde nem é cedo (são 18:00) e toca a escrever já o texto enquanto está tudo muito fresco na minha cabeça.

E, por falar em cabeça, ela hoje foi essencial para que este último desafio em modo de treino longo corresse às mil maravilhas. Nem vou guardar suspense, até porque já partilhei o resultado de forma generalizada.

Grande parte da prova foi feita numa luta a três: o coração dizia-me que eu aguentava na boa um ritmo de 5:15m/km e sempre que eu me deixava ir as pernas puxavam-me para um um ritmo de 5:30m/km. Felizmente a cabeça meteu juízo em ambos e fez-me manter o foco num ritmo médio final de 5:45m/km que era exactamente o que estava planeado. Tinha demasiada gente preocupada com o facto de fazer esta prova uma semana antes do Porto e eu próprio tinha que ganhar esta luta. E é tão difícil forçar a correr mais devagar quando nos sentimos bem. Aquilo que me fui mentalizando ao longo das semanas foi que o plano de treinos - se é que eu o posso usar a meu favor depois de o ter seguido de forma ligeira - dizia para fazer 8km lentos seguidos de 11km a ritmo de maratona. Ora eu transformei isso em 20km a ritmo controlado. Vou acabar no Porto com 5:45m/km? Não, tirem daí a ideia, vá.

A ida até Almeirim correu bem, as dicas do Filipe ajudaram a estacionar longe da confusão, mas entre ir levantar os dorsais e regressar ao carro para equiparmos já me tinha cruzado com 3287 amigos e conhecidos. Felizmente os meus companheiros de equipa também reconheceram algumas caras que lhes eram familiares portanto não desesperaram por eu ter que parar ao fim de 10 passos. Até deu para falar duas vezes com o João Lima acompanhado pela armada dos 4 ao KM onde se incluíam a Isa e o Vítor. Na segunda das vezes ele diz-me que o Filipe já tinha perguntado por mim. Só me cruzei com ele num retorno e depois tive finalmente o prazer de o conhecer pessoalmente depois da prova. Muito prazer Filipe, tive imenso gosto em conhecer-te em carne e osso, em visitar Almeirim sem ser em dias de almoços de aniversário e em fazer esta prova. Também vi o Vítor, alguns elementos dos azulinhos com quem corro nos troféus das localidades, caras conhecidas do Correr Lisboa e estou certamente a esquecer-me de alguém.

Com tantos encontros imediatos o que ficou para o fim foi a ida ao WC que tanto eu e um dos meus colegas tanto precisávamos antes da partida. Foi aliviar a bexiga, correr até à partida e começar a correr, não sem antes desejar os habituais votos de boa prova. Deixei-os ir ao ritmo deles e fiquei para trás para não me entusiasmar. Talvez por causa do vento frio, fiquei com dor de burro ao fim do primeiro quilómetro. Assustei-me um pouco, tentei controlar a respiração e a coisa passou para não mais voltar.

Os primeiros 5km são uma volta inicial dentro de Almeirim para depois se voltar a passar pela meta. Achei que estava pouca gente nas ruas, mas estava muita malta concentrada na zona da partida e meta. Na segunda passagem a coisa não melhorou mas havia quem fizesse barulho e batesse palmas para aquecer as mãos. Não fiquei desiludido, percebo que o frio era mesmo muito e o vento não ajudava. Se um dos nossos colegas de equipa acabou por ficar em casa por causa do tempo, entendo que o público também tivesse reservas em sair à rua.

Pouco depois da saída de Almeirim o João passa por mim e diz-me, de forma inspiradora, que vou bem a controlar o ritmo e que ao contrário do habitual não ia desejar força, mas sim calma. Ele seguiu em óptimo andamento e aquela frase deu azo a que um senhor mais experiente metesse conversa comigo. Falou-me de quando no ano passado começou feito louco e pagou a fava aos 18,5kms e ali fomos juntos durante uns quantos quilómetros. Eu disse-lhe que ia ao Porto para a semana, daí hoje ter que ir de forma tranquila, mas que em provas longas também gostava de fazer provas de trás para a frente e já tinha aprendido isso por má experiência própria. A conversa durou e durou e eu senti que estava a baixar o andamento mais que o desejado portanto acabei por deixar aquele companheiro mais ou menos na altura em que começaram a vir de frente os primeiros classificados.

O vento ali fazia-se sentir de forma mais pronunciada. Dentro da cidade estávamos mais protegidos pelos prédios, mas a caminho da ponte não havia hipótese de abrigo. Era uma fase de luta contra outro elemento que não conseguimos controlar. Fui-me distraindo a ouvir conversas alheias e à procura de mais caras conhecidas do outro lado. Vi passar o casal de colegas de equipa com quem fui e iam bem. Fiquei tranquilo com isso e segui até ao ponto de retorno. Aquela subida é chatinha.

O que eu não percebi foi que tinha ido a subir ligeiramente durante largos quilómetros e só notei isso quando... comecei a descer. Nota-se bem ali ao quilómetro 14, não é? 

Se para lá tinha visto passar os primeiros, agora no regresso  vi passar os últimos e lá estava uma cara conhecida a quem desejei uns enormes fotos de força para o resto da prova. Recebi um grande agradecimento no final. Nesta altura, precisamente a partir do quilómetro 14 formou-se de forma tácita um grupo de 4 atletas onde eu estava incluído. Fomos calados até ao abastecimento dos 15kms, até que eu tive que quebrar o gelo. "Estamos juntos há um quilómetro e vamos todos calados. É fome ou cansaço?". Recebi risos de volta e respostas de fome, de cansaço e de ambos. Uma senhora era de Almada e disse já ter 50 e não sabia se aguentava o ritmo. Os 50 não eram quilómetros como eu insinuei, eram anos. O ritmo era marcado por um atleta que já tinha 60. Anos também. E a tentar manter-se connosco estava uma atleta do Correr Lisboa que eu ainda pensei ser a mesma que tinha encontrado em Coimbra, mas não era. E eu ali feliz e contente por ter companhia, por ir bem disposto e por poder também ajudar. Fomos puxando à vez e sempre juntos até à meta. Íamos trocando umas palavras e uns rasgados sorrisos para os fotógrafos. Às palavras de cansaço seguiam-se outras de ânimo e de força. Tinha pensado esticar um pouco nos quilómetros finais, mas acabei até por abrandar para não largar ninguém. A tal atleta de 50 ficou ligeiramente para trás no final, mas acompanhada por outra atleta com quem já tinha ido no início da prova. Depois da meta esperámos por ela, dei-lhe um abraço e quando viro costas ouço-a comentar com alguém que "estes dois senhores ajudaram-me imenso a acabar, estou-lhes muito agradecida." Foi o momento #ninguemficaparatras!

Quem também ia quebrando era a atleta do Correr Lisboa, mas não a deixámos terminar sozinha. Uns cumprimentos finais de agradecimento entre todos antes de cortar a meta e estava feito. Já diz o ditado que sozinhos podemos correr mais rápido, mas juntos corremos mais longe. E estava tão pouco preocupado com o meu tempo que nem vi o que marcava quando parei o relógio. Foi mais importante o abraço. Assim que parei para respirar já estava o João novamente (belo tempo!) com quem troquei ideias sobre recordes dos 20km. Tecnicamente o meu record é no Douro Vinhateiro no dia em que bati o record da Meia, mas vou contabilizar que em provas de 20km o meu record foi batido hoje. Não era difícil, já vinha de Fevereiro de 2016, dos extintos 20km de Cascais, e era de 02:01:57.

Tecnicamente, portanto, bati um record antes da Maratona. Mesmo que esse record em provas de 20km seja superior ao meu record em Meias Maratonas. Confuso? O melhor é voltar a Almeirim para o ano sem rédea curta para fazer abaixo de 1:50! E foi de voltar a Almeirim que se falou enquanto se comia a bela da sopa da pedra no final. E voltar com mais malta da equipa, porque uma prova com este convívio no final e a este preço merece ter mais gente, tal como acontece quando vamos a Tagarro, Mafra ou Peniche, por exemplo. Temos marcado sempre presença em Almeirim, mas por uma razão ou outra sempre em número modesto.

O tempo final aqui apresentado é o absoluto. O relógio marca 1:55:50. O tempo de chip estará entre um e outro.

Nada mais havendo a dizer, encerrou-se assim esta prova da qual se lavrou o presente texto.

Próxima paragem: Maratona do Porto. (E um arrepio na espinha ao escrever isto!)



Prova nº 94 - 20kms de Almeirim 2018 - 20km - 01:56:25

domingo, 7 de fevereiro de 2016

CascAIS

Muitos "Ais" nesta prova. Um colega a fazer um estiramento muscular e a lesionar-se durante a prova e eu - que ia a marcar o ritmo para outro colega - a ter que abrandar com dores no pé (que tinha torcido ligeiramente em Sintra na semana anterior mas que preferi ignorar). E o GPS do meu relógio pifou nesse dia. Felizmente o relógio - paz à sua alma - ainda estava na garantia!

As boas notícias: o colega que ia comigo acabou com uma hora e cinquenta que era o tempo que tínhamos estimado fazer no início da prova. Eu fiz o meu melhor tempo em provas de 20km, mas não fiquei convencido. Hei-de voltar!



Prova nº 30 - 20km de Cascais 2016 - 20km - 02:01:57

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Olá 2015

Percurso agradável junto ao mar, bom ambiente. Uma entrada agradável em 2015.

Prova nº 11 - 20km de Cascais - 20km - 02:07:13