Uma das razões pelas quais tenho que passar a deitar-me mais cedo é que ultimamente encontro sempre tarde e a más horas coisas que me fazem reflectir, coisas que me fazem ponderar sobre a minha existência neste planeta, coisas que me fazem vir até aqui e atirar cá para fora ideias que me vão na alma. Hoje foi este texto:
Ponto prévio: não sigam a página do Ruim - nem a de outros quantos humoristas que eu sigo - porque isto é tudo humor negro e depois se forem sensíveis ainda ficam incomodados e é uma chatice para toda a gente.
Desta vez o texto foi até bastante profundo. E tocou-me porque me parece um resumo perfeito do meu ano de 2016. Há peças indispensáveis na minha vida, há peças das quais eu não gosto propriamente mas que fazem falta para ajudar a que outras pecinhas que me são importantes funcionem melhor. E depois há as outras.
Passei metade deste ano a rodear-me de peças que eu achei serem fantásticas e que me ajudavam a funcionar melhor. Coloquei-as em zonas cruciais da engrenagem, no lugar das que lá estavam e que até nem estavam a funcionar assim tão mal como eu achava. De repente apareceu um grão de areia e avariou tudo. Percebi então que com as peças anteriores podia vir uma tempestade de areia que as coisas não avariavam. As peças novas eram defeituosas, de má qualidade e só as adquiri devido a muita publicidade enganosa. Esqueçam a garantia, foram directamente para o caixote do lixo.
Passei a segunda metade do ano a (tentar) corrigir tudo o que tinha feito na primeira metade. A repor as peças certas nos lugares certos com todo o cuidado do mundo para garantir que ficavam novamente bem colocadas; a adicionar peças novas e - estas sim - verdadeiramente úteis. Não sinto falta das que atirei fora. Nenhuma. Às vezes ainda olho para o livro de instruções e para outras opiniões na esperança que ainda houvesse alguma maneira de serem parte da engrenagem mas não há volta a dar. Da mesma maneira, deixei de ser uma peça importante noutras engrenagens. Agora que olho para trás tenho quase a certeza que nunca fui, que apenas era um peão sem qualquer valor. Não faz mal, cada vez me custa menos olhar para trás. Ainda ontem descobri por acaso que nestes dias deixei de ser parte integrante de mais um circuito, passei a ser menos uma peça e, sinceramente, não me aquece nem me arrefece. Descobri por acaso, mas até podia ter estado um ou dois meses sem reparar nisso. É sinal que também não me fazia falta. Até sinto que foi uma prenda de Natal.
Para o futuro: se calhar um dia não me vão querer mais nas vossas engrenagens. Eu hei-de perceber isso e terei que aceitar esse desfecho com toda a naturalidade. O importante é que tudo funcione da melhor forma para toda a gente. Eu não quero ter uma máquina encravada e muito menos quero andar a encravar máquinas alheias!
Da parte que me toca, 2017 não vai ter posts destes. É assunto que morre aqui. E valha a verdade, os relatos das provas são muito mais interessantes! Por falar nisso, a próxima publicação já fala sobre corridas!
(Escrever ao mesmo tempo que dou liberdade do YouTube para me escolher a playlist é tramado. Mas acabo o texto ao som de:
I'm still breathing, I'm still breathing
I'm still breathing, I'm still breathing
I'm alive
I'm alive
I'm alive
I'm alive
E é assim que me sinto ao terminar 2016!)
(Escrever ao mesmo tempo que dou liberdade do YouTube para me escolher a playlist é tramado. Mas acabo o texto ao som de:
I'm still breathing, I'm still breathing
I'm still breathing, I'm still breathing
I'm alive
I'm alive
I'm alive
I'm alive
E é assim que me sinto ao terminar 2016!)
Aqui há uns tempos, numa conferência qualquer, ouvi a Susana Torres (a coach do Éder), dizer que um dos primeiros exercícios que fez com ele foi precisamente esse: identificar todas as pessoas que o rodeavam, todas com quem ele falava mais frequentemente, e fazer essa análise. Perceber qual o contributo que tinham na vida dele. Se era positivo, eram para manter. Se era negativo, eram para afastar.
ResponderEliminarAs pessoas à nossa volta têm uma influência tremenda na nossa vida e no nosso estado de espírito. Estamos tantas vezes rodeados de pessoas que só nos puxam para baixo, e nem percebemos...
É um excelente exercício! Espero que o teu 2017 comece muito mais sereno e leve :)
É um exercício tremendamente simples e muito útil. A dificuldade reside precisamente em identificar atempadamente e de forma correcta quem são essas pessoas...
Eliminar2017 tem tudo para ser melhor! :)
;)
ResponderEliminarDE QUEM ERA ESSA MUSICA??
:)
EliminarSia - Alive
https://www.youtube.com/watch?v=t2NgsJrrAyM