terça-feira, 27 de março de 2018

Corrida dos Sinos 2018

Começo já por dizer que não consegui pensar num título mais original para esta publicação. 
Resumo também já o que digo sempre que falo de Mafra: gosto de lá ir e de correr e passear por lá, portanto a Corrida dos Sinos é sempre um ponto de paragem obrigatório no calendário anual de corridas, não só para fazer a prova mas também para o belo do picnic no final.

Juntou-se um grupinho simpático de elementos da equipa e lá partimos domingo de manhã com a vantagem de já termos os dorsais levantados por um casal de colegas no dia anterior, mas sempre com a preocupação de chegar cedo na mesma por causa do estacionamento e dos cortes de estrada. Com mais ou menos mudanças de planos de última hora - questões de saúde fizeram com que nem toda a gente pudesse ir - chegámos a Mafra bem antes das 9:00, ainda a tempo de sentir umas gotas de chuva mas que foi prontamente desviada de lá pelo vento forte que se fazia sentir. Caros leitores: que ventania medonha que estava! Nem dava para aquecer devidamente e estivemos abrigados ora dentro dos carros, ora no café dentro do parque desportivo, ora no restaurante em frente à partida e que é um dos principais patrocinadores da prova. E conseguimos não fazer uma foto de grupo com toda a gente tanto antes como depois da prova. Malta, temos que afinar isto melhor...

Ainda houve tempo para uma rápida ida ao secretariado por questões burocráticas e isso permitiu-me trocar umas rápidas palavras com uma série de amigos e conhecidos. Aliás, este foi o mote para a prova toda.

Às 10:00 tocou o tradicional sino que dá o "tiro de partida" para a prova. Enquanto estávamos naquele impasse de chegar ao pórtico um colega diz-me que tocou o sino para assinalar que estamos a entrar na última volta. Uma volta de 15 quilómetros em que os primeiros são sempre uma luta para ganhar uma posição onde se possa correr tranquilamente sem atropelar ninguém e sem ser atropelado. Quando já vinha a subir após o retorno vi em sentido contrário um atleta com uma ferida e algum sangue na testa e na cara. Percebi depois quando vi as primeiras fotos da prova na Running and Medals que à passagem do primeiro quilómetro esse atleta já estava assim, pelo que terá provavelmente caído nos metros iniciais.

Ao chegar à zona da Escola de Armas já era possível correr sem slalom e de forma mais tranquila. Foi lá dentro que vi a Aurora Cunha a parar para umas fotos depois de ter começado a um ritmo elevado. No final ainda deu para tirar umas fotos com ela e conversar bastante. Já a tinha visto a apoiar atletas noutras provas, mas foi a primeira vez que tive oportunidade de privar com ela e digo que ela é de uma simpatia impressionante e nota-se que tem gosto e prazer no apoio e no contacto com os atletas.

Não parti para a prova com qualquer objectivo. A ideia é sempre fazer melhor que no ano anterior, mas confesso que nem sequer me lembrava ao certo do meu tempo. Só sabia que era no minuto 18 ou 19. Foi sem qualquer pressão que fui correndo. Sem pressão e sem música que optei por deixar em casa. Já devia ter um feeling que ia passar a prova sempre a cumprimentar atletas. Poucas também foram as vezes em que olhei para o relógio. Numa delas, já a descer depois da zona do Sobreiro, ia a sentir-me tão tranquilo que achei que podia forçar um pouco mais. Quando vi, ia a 4:24m/km! 

Assim que os primeiros classificados passaram começou o rol de caras conhecidas. Uns no grupo da frente, outros dentro do ritmo habitual bem superior ao meu. E umas rápidas trocas de "Força!" e uns quantos high-five a quem vinha em sentido inverso. Da mesma forma, no mesmo sentido que eu ainda passaram por mim alguns amigos cujo ritmo ainda tentei, mas não consegui, acompanhar. Quando cheguei ao retorno no fim da descida deu eu um high-five ao Sino que tínhamos que contornar e comecei novamente à procura de malta que agora vinha mais atrás para dar eu o apoio possível e necessário. E que grande festa foi sempre que me cruzava com alguém, sobretudo malta da equipa mas não só.

Foi nesta altura que ouvi alguém a gritar por mim e quando olhei de repente vi que era a Vonita! Voltei a vê-la quando ela cruzou a meta e consegui - FINALMENTE - conhecê-la pessoalmente. Depois de tanto tempo a estarmos em provas em simultâneo e nunca nos encontrarmos, foi desta! Deu para trocarmos uns dedos de conversa e fazermos umas fotos da praxe. Só por estes pequenos extras de convívio já vale a pena!

Voltando à estrada, quando dei por mim já tinha terminado a subida, já tinha pedido palmas e barulho ao pessoal que estava a assistir ao longo do percurso e já tinha percebido que estava quase sempre a acompanhar um atleta que estava ali a ser uma espécie de lebre improvisada e que andou sempre próximo de mim tanto a descer como a subir. Nunca falámos durante a prova, mas depois de passar a meta agradeci-lhe por ter sido minha lebre sem saber durante um bom bocado. Ele ainda estava cansado e acho que nem percebeu bem.

Tão distraído e tranquilo que ia que quando olhei para o relógio novamente para ver o tempo que ia fazer aos 10km... ele já marcava 12! Ah, já só falta isso? Vi que o ritmo até ao momento andava pelos 5:15m/km e fiquei satisfeito, sobretudo pelo facto de nunca ter tido necessidade de abrandar e caminhar, ao contrário do que tinha acontecido em 2017. Mentalizei-me para a última subida na aproximação ao último quilómetro. É aquela que me chateia sempre, mas domingo passei por ela com relativa tranquilidade. E assim que pude acelerei no final e fui quase em sprint até entrar no estádio. Ainda ouvi chamarem por mim mesmo ao passar o portão do parque desportivo - já percebi quem foi, obrigado! - e naquela fase já era a parte mais fácil com a emoção de entrar na pista de tartan. Ao ouvir gritar por mim e perceber onde estava a nossa malta dos Sininhos na bancada a tirar fotos virei-me para lá sorridente e de braços bem abertos. Missão cumprida.

Não há tempo de chip porque não havia tapete na partida, pelo que vou confiar no tempo do relógio para ser o registo oficial. Curiosamente terminei 2018 exactamente com o tempo final de 2017. No relógio a diferença é mínima. No corpo a diferença foi enorme! Não acabei exausto e tinha energia no tanque para fazer mais uns quantos quilómetros. Olhando para trás, penso que podia ter arriscado mais um pouco a descer, mas também sei que isso me poderia ter causado mossa a subir. Foi bom assim, muito bom mesmo.

Era altura de ver quem já tinha terminado e esperar por quem faltava. Mais umas fotos, a tal conversa com a Aurora Cunha, e não resisti à ansiedade e fui também procurar a nossa ET que já tinha companhia mas que nunca mais chegava... Felizmente não tive que correr muito para trás e lá vinha ela já quase a entrar no estádio. Agora sim, com toda a gente a cruzar a meta estava a missão cumprida, mesmo que tenha havido ainda uma... "descarga de emoção" que nos deixou ainda um pouc
o apreensivos.

Vamos ao picnic? Vamos! Mas onde? Em Mafra, como sempre. Mas está uma ventania desgraçada... Então vamos a outro lado. Fazemos o picnic "em casa"? Vamos para onde? E fomos. Para mais perto de casa onde estava... uma ventania desgraçada também! E isso interessa? Havia calor humano, havia amizade, havia minis, havia convívio e havia sopinha quente. Havia tudo o que nos move para continuarmos a repetir estas aventuras sempre que possível.




Histórico da prova:
2015 - 1:30:31
2016 - 1:22:49
2017 - 1:18:49
2018 - 1:19:00

P.S: Já me ia esquecendo e voltei cá para editar o post! No meio disto tudo, também deu para conhecer pessoalmente e falar um pouco com o Vítor Oliveira a quem agradeço desde já por aquilo que ele sabe (mas vocês ainda não).

Prova nº 80 - Corrida dos Sinos 2018 - 15km - 01:19:00

6 comentários:

  1. Parabéns Nuno. Boas sensações e muito importante, minis no fim :):):)
    Abraço

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    1. Obrigado Carlos. Foi tudo bom, do princípio ao fim. Menos meio metro de vento e tinha sido perfeito. Abraço!

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  2. Parabéns pela prova!!! Confesso que estava à espera de te ver com o Gajo, mas fiquei super feliz quando te vi lá ao fundo à minha espera!!
    Ahhh ainda bem que tiraste uma foto à sopa... E ao pão com chouriço, jolas e vinho. Maravilha!!

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    1. Obrigado! O Gajo surpreendeu-me quando zarpou e depois fiquei retido a tratar de "negócios" e nas fotos com a Aurora Cunha e sinceramente tinha a secreta esperança que estivesses mesmo a chegar. :)
      Tirei muito mais fotos, qual delas a melhor. Maravilha mesmo! :)

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  3. Bonito texto, bonita prova, bonito convívio, tudo bom! Mafra é assim.

    Muitos parabéns pela tua prova e pela facilidade com que a fizeste, Estás num bom momento :)

    Grande abraço

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    1. Obrigado João! É por isto tudo que uma pessoa volta a Mafra. Sinto-me bem e com planos bem definidos para Abril. A ver vamos.
      Abraço! :)

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