Quando a meio da semana confirmei a ida à prova dizendo "Bora lá ao Leitão!" no grupo que me acolhe nestas provas e não tive reacção desconfiei que tinha falhado redondamente na tentativa de piada. E se calhar o melhor era encher-me logo de vergonha e não ir. O problema é que no ano passado esta foi das provas que mais gostei de todas as que fiz do troféu. E no domingo confirmei que essa sensação se mantém.
Estive a ler o relato de 2017 e relembrei-me que também tinha regressado recentemente de uma paragem, nesse caso por lesão. Este ano foi por doença. Quando defini o objectivo único de fazer melhor que em 2017 nem sequer tinha esse interregno em mente. O que é certo é que consegui e isso já foi mais do que suficiente para me deixar feliz, sobretudo depois da experiência de 5a feira me ter deixado com um amargo de boca. (Nota: já recebi uma resposta bastante simpática à minha reclamação.)
O dia acordou risonho. Na noite anterior tinha colocado o impermeável a jeito junto do material e antes de sair de casa a minha hesitação até era se valeria a pena correr com manga comprida por baixo. O sol prolongou-se até perto da hora da partida masculina, mas entretanto o tempo piorou. Vento, céu bastante encoberto e uns pingos de chuva esporádicos que, felizmente, não marcaram presença enquanto corríamos. Na última ida ao carro trouxe o buff, confirmei que o impermeável não ia fazer falta e esqueci-me de trazer o mp3. Já estava com a playlist na cabeça e avisei logo a malta que ia correr a cantar. Corram mais depressa ou mais devagar, mas não arrisquem a ir ao meu lado porque eu sou um gajo que desafina. (Na verdade, durante a prova tentei várias vezes entoar as músicas da playlist na minha cabeça e nunca consegui. Ou não me recordava das letras ou do ritmo.)
Subir até ao Tagus Park continua a ser difícil, mas descer a seguir é porreiro. Curiosamente subi mais depressa e desci mais devagar. Deu para conversar com outros atletas, incluindo com o atleta canino que acompanhou sempre o seu dono e que foi quase sempre junto a mim durante toda a prova, ora um pouco mais à frente, ora um pouco mais atrás. Deu para rever caras conhecidas, para conversar com amigos, para rir muito, para ser apanhado em fotos, para sentir a loucura e boa disposição da malta da equipa local. No final, um resultado ligeiramente melhor que no ano anterior com uma média de 5:24m/km que está dentro daquilo que eu esperava.
E no final, mesmo final, uma chuvada brutal quando já estávamos em final de lanche pós-prova que nos acompanhou durante todo o regresso a casa.
E no cômputo geral, foi o reforçar de laços de camaradagem que se têm criado dentro e fora das estradas e foi a confirmação de que isto da amizade entre equipas faz sentido e vale sempre muito a pena. Outros há com uma ideologia diferente - não digo que é melhor nem pior, é só diferente - e que fará sentido dentro dos objectivos próprios que têm e dentro daquilo são as suas convicções pessoais. Que sejam felizes à sua maneira. Eu serei (mais) feliz à minha.
Depois disto, o foco é na Meia Maratona do próximo domingo. É só para desfrutar.
Prova nº 78 - Troféu das Localidades (Sintra, Oeiras e Cascais) - Grande Prémio de Atletismo de Leião - 7,750km - 41:40
Amizade e camaradagem é o que levamos de melhor.
ResponderEliminarMuitos parabéns pela tua prova.
Vemo-nos no domingo.
Um abraço
E mesmo! Obrigado.
EliminarE lá nos vimos ontem.
Abraço!
Hmmm ... cantar durante uma prova??? Não te esforçaste o suficiente!!! :P
ResponderEliminarAbraço
Se tenho fôlego para cantar é porque não estou a dar 100%. Tens toda a razão. Abraço! :)
EliminarPara quem vinha de uma paragem pelos motivos que foi, fizeste um excelente tempo. Parabéns, mais uma vez :)
ResponderEliminarEu não gosto muito destas provas mas, de facto, o convívio faz mesmo valer a pena! :) É só mesmo por isso que continuo, e hei-de continuar, a lá ir!
Boa preparação para a Meia!
Obrigado! :)
EliminarContinuo a achar que para vocês estar percursos são demasiado curtos. Tenho colegas de equipa que sentem o mesmo e que quando o corpo começa a entrar no ritmo certo... chegam à meta. Vale pelo resto, sempre.
Beijinhos!