Ora bem, depois de muito prometer cá vai um pequeno resumo do que foram as férias que vos deixaram a cantarolar a minha playlist. Ou a perguntar que raio de gosto musical é que este gajo tem!
A primeira semana foi passada em Portimão a fazer uma de três coisas: piscina, praia, comer e beber. Nem sempre por esta ordem.
E foi isto. A sério, uma semana de papo para o ar sem mexer uma palha. Excepto no dia em que fui correr com um dos grupos locais onde fui bem recebido. Antes do treino fiz um aquecimento rápido de 2kms até ao local do treino. Tirei esta foto, guardei o telemóvel no Flipbelt e recebo um sms.
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"Última hora: Chester Bennington, vocalista dos Linkin Park, encontrado morto." |
Era de um serviço de notícias da Vodafone que tenho activo e que só nunca desactivei por ser gratuito e porque não chateia muito. O sms trazia um link que prontamente abri. Ainda reencaminhei aquela mensagem, voltei a guardar o telemóvel e preparei o relógio para o treino propriamente dito até que percebi que ele não reagia. Fiz o truque de todos os informáticos, desliguei-o e ele tentou voltar a ligar e puff. Tanto trabalho em conseguir ter o relógio novinho preparado para o trazer para férias, experimentei-o a caminhar e quando vou finalmente correr com ele... ficou sem bateria. Pelo menos ainda contou o aquecimento. Corri com o Strava no telemóvel o que é sinal de fracasso porque apenas contou o tempo e desligou o GPS por causa de definições de poupança de bateria ou coisa assim. Nota-se que nunca uso a app no telemóvel para gravar as actividades. Mas o treino não correu mal, fui com o grupo da frente sempre a puxar e senti-me bem. Reparem que escrevo mais sobre o treino do que sobre o resto da semana também para tentar queimar todas as calorias que fui consumindo entretanto.
Pelo meio, umas passagens por Armação de Pêra e uma visita que este ano foi obrigatória ao ZooMarine. E a curiosidade de encontrar uns amigos mesmo ao lado na fila do ZooMarine e outros hospedados mesmo ao lado em Portimão. Outro ponto alto desta semana eram as mensagens diárias que recebia da minha chefe ao final da tarde a resumir-me as notícias de desporto e as transferências futebolísticas do dia. Televisão foi coisa que mal vi e evitava ao máximo estar online se bem que de vez em quando lá fugia para o vício. Siga para a segunda semana!
E siga para o Alentejo, com paragem em Castro Verde para almoçar umas bochechas de porco preto fantásticas, acompanhadas de migas e batata doce. E da esplanada só se via Alentejo por todo o lado.
O sítio escolhido fica na estrada de Portalegre para Marvão, a meio caminho de ambas e a 10 minutos de Castelo de Vide. Calma, sossego, paz, o som dos passarinhos e nada de incêndios - mas sobre isso ainda falo depois. Não houve corridas nestes dias, apesar de ter visto pelo Google Maps possíveis caminhos e até ter traçado um potencial percurso de 10km. Sem stress, fui logo correr no sábado a seguir a ter regressado.
Aqui os planos já eram diferentes: passear, passear e passear. Portalegre até acabou por ficar fora do mapa e o centro das atenções foram Castelo de Vide, Marvão e algumas preciosidades por ali, como a praia fluvial de Portagem ou as
ruinas da Cidade Romana de Ammaia.
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Ah sim, também havia piscina. |
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Ao longe dava para ver o fumo dos incêndios |
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Mas ao perto estava tudo verdinho, felizmente! |
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Marvão |
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Praia Fluvial de Portagem |
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Nas ruínas estavam a decorrer trabalhos de escavação e um dos rapazes foi descrevendo e mostrando todo o espaço da cidade, incluindo moedas encontradas naquela manhã e a estrada nacional que corta a antiga cidade ao meio... |
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Estando tão perto da fronteira, era obrigatória uma ida a Espanha - e não apenas para ir atestar o depósito à bomba que está estrategicamente colocada 500 metros depois de se entrar no país vizinho. Uma série de pesquisas online sugeriram visitar uma cidade, perdão, um município chamado Alcântara onde também se podem encontrar inúmeras marcas da presença Romana na Península Ibérica. O ex-libris é a Ponte Romana de Alcântara datada do século II que se ergue por cima do Rio Tejo. Perguntam vocês: ir para tão longe a Espanha ver Alcântara e o Rio Tejo? Isso podes ver ali em Lisboa todos os dias, pá! Podem perguntar, eu fui o primeiro a dizê-lo.
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Praça de Lisboa - a sério... e neste largo também havia a Discoteca Lisboa Café-Bar |
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Ponte Romana sobre Rio Tejo vista do topo da cidade |
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Fachada de edifício romano - Alcântara |
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Arco da Ponte Romana de Alcântara |
E os fogos? Estiveram sempre longe o suficiente daquela zona para não incomodarem, mas igualmente perto no telemóvel através de um site que fornece actualizações ao minuto de todas as ocorrências. E só numa tarde, a última antes do regresso, é que houve um pequeno susto com um incêndio a 10km de distância mas que foi resolvido numa questão de horas.
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Incêndio em curso |
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Nessa tarde era isto que se via em Castelo de Vide |
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Incêndio em resolução |
E assim se faz um resumo de duas semanas de paz e sossego - prontamente já estragado pelas notícias que recebi ao fim de dois dias de trabalho. O regresso fez-se de forma tranquila, com passagens pelo Crato (onde irei estar em Setembro. Já disse que estou inscrito na Meia Maratona de Castelo Branco?) e Coruche (ainda andei à procura da Erra por causa do Cork Trail mas não encontrei) e uma breve paragem entretanto na Barragem de Montargil.
Foram 1500kms de viagem por esse país fora. E eu adoro conduzir em viagens longas. É curioso: peçam-me para fazer 10/15kms de carro e eu torço o nariz. Peçam-me para fazer 100 ou 200 e eu vou sem hesitar! Também sinto que a praia me atrai cada vez menos (mas digo mal à minha vida quando estou fechado num escritório e não posso ir dar um mergulho) e que prefiro cada vez mais conhecer estes recantos do nosso país. Estarei a ficar velho? Ou apenas mais selecto? E ainda há tanto que não conheço: vergonhosamente nunca fui ao Gerês, à Serra da Estrela, a Braga/Guimarães (alguém me vai apedrejar por ter colocado ambas as cidades juntas) e conheço mal o norte em geral.
As próximas férias são sobretudo para ficar por casa, mas parece haver planos interessantes para vários fins de semana nestes meses. E são estes momentos bons que levamos desta vida!
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Pela estrada fora |